Sem Santander, Ferrari amplia dependência de Marlboro
Fim da parceria com o banco espanhol ocorre três meses após a escuderia ter renovado com a marca da Philip Morris
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Luiz Gustavo Pacete
30 de novembro de 2017 - 8h45
O Santander oficializou, nesta quarta-feira, 29, o fim da parceria com a Ferrari, após oito anos. E com a Fórmula 1, após onze temporadas. De acordo com o banco espanhol, o objetivo agora é focar no apoio ao futebol, passando a ser o patrocinador oficial da Liga dos Campeões da UEFA, da temporada de 2018/2019 até a de 2020/2021. De acordo com Ana Botín, presidente do Santander, o apoio à UEFA se soma a outras parcerias do banco como a Libertadores. No Brasil, o banco segue como patrocinador do torneio até 2018 conforme negociação realizada direto com a Globo.
De acordo com números não oficiais, o patrocínio estimado do banco à Ferrari, durante o período da parceria, ultrapassou a marca de € 300 milhões somando investimentos em carros e equipamentos.
Segundo o jornal espanhol El Cofidencial, que deu a notícia em primeira mão, entre os motivos do fim da parceria está a falta de resultados expressivos da escuderia no período. O patrocínio do Santander à Ferrari ocorre desde 2010, na época, o piloto espanhol Fernando Alonso corria pela equipe.
A notícia do fim do apoio do Santander ocorre três meses após a Ferrari ter renovado seu acordo com a Philip Morris, proprietária da marca Marlboro. A Ferrari e a marca da Philip Morris possuem uma aliança de mais de quarenta anos sendo que nos últimos dez anos passou a ser proibido a exibição de logotipos de marcas de cigarro nos torneios.
F1: menos glamour, mais entretenimento
Desde 1997, a Marlboro é a patrocinadora principal da equipe italiana depois que a empresa tabagista e a McLaren encerraram um acordo de longa data. Geraldo Rodrigues, CEO da XYZ Talents, agência especializada em automobilismo com base em Miami, foi consultor da Philip Morris e coordenou o projeto Marlboro Brazilian Team, no final da década de 1990, quando a marca patrocinou os pilotos brasileiros de base Tony Kanaan,
Rubens Barrichello, Helio Castroneves e outros.
Ao Meio & Mensagem, Rodrigues explica que a relação entre Marlboro e Ferrari vem de elos históricos e, apesar da proibição da exibição do logo, está muito presente de outras formas na categoria. “Há alguns anos, a Ferrari, apesar de já ter a cor vermelha, criou a cor vermelho Marlboro, que é um vermelho mais forte e mantido em algumas partes do carro em branco preservando a conotação que o patrocínio ainda existe e está no carro. Com isso, a Philip Morris continua mantendo os assets de Marlboro mesmo em um formato limitado”, diz.
O futuro da Fórmula 1 no Brasil e no mundo
Rodrigues reforça que o apoio de Marlboro à Ferrari é mais que fundamental em função de sua relevância financeira. “Os US$ 160 milhões representam um dinheiro considerável para qualquer equipe e negócio, ainda mais quando você não tem que colocar nenhum logotipo no carro”. Para Rodrigues, outro elemento importante e característica específica da Ferrari é o fato de, no caso da escuderia italiana, a torcida ser muito mais para a marca do que para um piloto em especial.
“A Ferrari tem torcedores de Ferrari, quem ganha corrida não é Vettel, não foi Schumacher, foi a Ferrari. É assim desde a época do Jacques Villeneuve. O amor é pelo carro e pela equipe. Neste caso, o piloto acaba sendo secundário. E, neste contexto, não faz muito sentido se preocupar em afastar alguns torcedores por ter o patrocínio de uma marca de cigarro”, diz Rodrigues.
Rodrigues lembra que Mauricio Arrivabene, atual diretor da Ferrari, é o ex-diretor de marketing e patrocínios da Marlboro, responsável direto pela parceria entre ambos. “ A saída das marcas de cigarro do automobilismo foi uma perda muito grande já que era um dinheiro importante para as equipes e pilotos. Tinha Camel, John Player, Lucky Strike, Hollywood e muitas outras. Essa posição de ter o Arrivabene facilita ainda mais essa união justifica a presencia de Marlboro na escuderia.”
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