Varejo de moda aposta em guide shops
Marcas como Amaro e Mindse7, da C&A, apostam em lojas físicas com compras online, unindo branding digital à experiência física
Marcas como Amaro e Mindse7, da C&A, apostam em lojas físicas com compras online, unindo branding digital à experiência física
Salvador Strano
21 de dezembro de 2018 - 6h00
Melhorar a experiência de compra do e-commerce de moda é um desejo tão antigo quanto o setor em si. Entre as soluções, empresas têm experimentado realidade aumentada, luvas táteis e clubes de teste para produtos. Hoje, crescem as experiências com guide shops: lojas com totens de venda online em shoppings ou centros comerciais em contato com o público no mundo físico. Por meio deles, os clientes descobrem qual o tamanho ideal para seu corpo, sentem o tecido das peças e vivenciam a experiência da marca. Escolhidas as peças, paga-se online, recebe-se em casa.
No Brasil, uma expoente desse modelo é a Amaro. Nascida em 2012, hoje a marca conta com 16 espaços do gênero. A C&A também entrou nesse mercado com o lançamento da Mindse7, coleção comercializada exclusivamente online e com guide shops em São Paulo e no Rio. A Westwing, de decoração e produtos para casa, trabalha com esse modelo no Brasil desde 2014.
Focado no mercado masculino estadunidense, a Bonobos também trabalha com lojas do gênero. Após anos de atuação, obteve sucesso comercial e, em 2017, foi comprada pela Walmart por US$ 310 milhões. Esses são apenas alguns exemplos do que pode ser um mercado em expansão, segundo consultores.
Figital
“Os guide shops são uma forma de trazer o ‘figital’ para o mercado, uma forma de unir as compras online e off-line para melhores resultados”, afirma Mariana Santiloni, expert de moda da WGSN, citando o termo que une “físico” a “digital”. “Sem dúvidas os guide shops ainda têm espaço de crescimento”, complementa.
No caso da Amaro, uma a cada quatro compras acontece dentro de guide shops. A marca disponibiliza cerca de 10 mil produtos entre roupas, acessórios, sapatos, lingerie e moda de praia. “Em 2015, fizemos o primeiro guide shop. Isso foi uma mudança muito importante para uma empresa que nasceu digital e é direct to consumer”, afirma Denise Door, head of brand marketing da Amaro. O objetivo da empresa é “continuar expandindo os guide shops. Elas são tanto um canal de venda quanto de branding”.
Outro canal que, além de PDV, gera awareness para a marca é o Instagram. Atualmente, sua conta possui cerca de 500 mil seguidores. Em março, a empresa foi a primeira marca de moda brasileira a testar o recurso Instagram Shopping, que permite ao usuário efetuar compras sem sair da plataforma. A Amaro também usa a plataforma para conversar com sua base de clientes, como ferramenta de pesquisa para a produção de novos produtos que serão comercializados em seus canais de venda.
Para Mariana, da WGSN, o sucesso da Amaro se deve à “sua enorme oferta de produtos, assertividade em timing e ótima comunicação em suas redes sociais com marketing de conteúdo“. A produção publicitária, entretanto, é realizada exclusivamente por sua equipe interna, sem contar com agências intermediadoras.
*Crédito da imagem no topo: divulgação
Compartilhe
Veja também
Cimed amplia collab com Fini e lança gel dental e enxaguante bucal
Já foram vendidas 7 milhões de unidades dos produtos para o varejo farmacêutico e projeção é chegar a 100 milhões em 2025, com faturamento de R$ 1 bilhão
Avon amplia pontos de venda e reforça atuação omnichannel
Marca abre sua loja própria no Mercado Livre, chega à rede Bel Cosméticos e expande parceria com a Soneda