Xuxa: “As pessoas estão com saudades dos anos 1990”
Apresentadora da Record fala sobre a onda de nostalgia que a motivou a resgatar Xuxa Xou e seu trabalho como empresária à frente da Espaçolaser
Xuxa: “As pessoas estão com saudades dos anos 1990”
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Karina Balan Julio
30 de julho de 2019 - 6h00
Rainha entre baixinhos e adultos, Xuxa se consagrou no imaginário coletivo como apresentadora, cantora, garota-propaganda e personagem de memes na internet. Apesar de ser onipresente na cultura pop brasileira, poucos sabem de sua atuação como empreendedora e investidora. Desde 2015, Xuxa é uma das sócias da rede de clínicas de depilação Espaçolaser, da holding SMZTO, que investirá R$ 200 milhões em sua expansão este ano, incluindo não só novas unidades no Brasil, mas em países como Argentina, Chile e Colômbia.
Xuxa, a rainha da publicidade nostálgica
A apresentadora da Record TV é também sócia da Casa X, Buffet Infantil da mesma holding, inspirado no universo de seu antigo programa infantil, com direito à “Nave da Xuxa” e shows com personagens como as paquitas e o Tchutchucão.
O sucesso junto a diferentes gerações é tanto que a apresentadora também decidiu resgatar o Xuxa Xou em uma série de apresentações que acontecerão a partir de agosto — continuação da turnê feita em 2018 e que celebra seus 35 anos de carreira. Em entrevista ao Meio & Mensagem, Xuxa falou de sua experiência como empreendedora, do amadurecimento de sua marca e sobre como a cultura da nostalgia a motivou a resgatar produtos que fizeram sucesso nos anos 1980, 1990 e 2000.
Meio & Mensagem — Você é sócia de duas franquias da holding SMZTO, a Espaçolaser e a Casa X. Como se interessou pelo mundo dos negócios e como tem sido sua experiência como sócia destas empresas?
Xuxa — Como eu já conhecia o Zé (José Carlos Semenzato, presidente da SMZTO), foi mais fácil. Foi ele quem trouxe a Embelleze para a Fundação Xuxa Meneghel. Assim, eu já sabia da sua luta, trajetória e valor. Tive medo e receio de entrar numa sociedade, tive que conhecer os novos sócios, com quem hoje tenho uma ótima relação, e também conhecer a máquina de depilação, que ficou algum tempo na minha casa para que eu pudesse testá-la. Depois que verifiquei ser eficaz, me arrisquei no negócio e não me arrependo em nada, pois tem muita verdade no projeto todo. Assim como a Casa X, que foi um sonho meu desde que tive a Sasha e escutava as minhas músicas em todas as festinhas de seus amiguinhos. Queria um lugar onde a criança e a mãe viessem da nave para cantar o parabéns, onde qualquer personagem pudesse se encaixar, mesmo tendo meu DNA cravado nas paredes.
M&M — A maior parte do público te conhece como apresentadora e garota-propaganda. Como você descreveria a Xuxa empresária?
Xuxa — Muito receosa, pois tem minha credibilidade por trás. Só coloco meu nome e rosto nas coisas que acredito. Por isso as pessoas confiam em mim.
M&M — Seu nome sempre foi muito forte no meio publicitário e no imaginário artístico. Qual é o desafio de gerir a marca Xuxa ao longo de tantos anos ?
Xuxa — A princípio, muitas coisas me eram oferecidas e eu apenas colocava meu nome ou imagem. Era como uma modelo ou garota-propaganda. Depois de um tempo, vi que minha imagem e nome ficavam tão fortes como o produto, viravam o “produto da Xuxa”: era o meu creme, o meu shampoo, o meu perfume… o produto que era “meu”. Freei, repensei e aprendi que as pessoas acreditam muito no que eu digo, e então meu envolvimento com as marcas e produtos aumentou. Hoje, por exemplo, não aceito fazer nada ligado a cigarro, bebida ou crueldade com animais, já que minha alimentação é vegana. Também preciso saber se o produto é bom. O que vendo é a verdade. É difícil, mas também gratificante vender e falar das coisas que acredito.
“Uso a memória afetiva dos figurinos, do cenário e das músicas originais da época. Mas eu? Sou eu ‘agora'”
M&M — Há um momento de nostalgia muito forte no mundo artístico, em que personalidades consagradas durante os anos 1990 e 2000 estão reinventando seus projetos. Você mesma voltará a fazer o Xuxa Xou em agosto. De onde veio a motivação para resgatar o projeto?
Xuxa — Tudo começou com um convite para participar do Chá da Alice, um evento muito legal e já solidificado. Entrei com o intuito de ajudar a minha Fundação, mas depois reformulamos o XuChá e hoje estamos com o Xuxa Xou. É verdade o que você diz. As pessoas estão com saudades dos anos 1980, 1990 e 2000, e acredito que este novo show seja pra todas essas gerações, já que a seleção das músicas vai desde o primeiro LP do Xou da Xuxa, de 1986, até os clássicos do Xuxa Só Para Baixinhos, de 2000. O mais legal é ver a emoção das pessoas ao verem a nave aterrissar no palco.
M&M — Como vê o desafio de comunicar para diferentes faixas de público?
Xuxa — Não é difícil, já que eles me aceitam como eu sou. Não preciso ser outra pessoa a não ser eu. Claro que uso a memória afetiva dos figurinos, do cenário e das músicas originais da época. Mas eu? Sou eu “agora”. Bom, né?!
Crédito da imagem ao topo: Divulgação
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