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Konrad Dantas e Preto Zezé: o Brasil real e plural

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Konrad Dantas e Preto Zezé: o Brasil real e plural

Empresários debatem as particularidades e necessidades das pautas de diversidade que estão sendo trabalhadas pelas marcas


6 de outubro de 2022 - 13h13

Konrad Dantas e Preto Zezé (Crédito: Eduardo Lopes/Imagem Paulista)

O desenvolvimento das pautas de diversidade e a inclusão das pessoas dos projetos das marcas pautou a entrevista com Konrad Dantas, fundador da Kondzilla, e Preto Zezé, presidente da CUFA no encerramento do segundo dia do MaxiMídia 2022.

Para ambos, ainda é preciso sair do discurso e entrar em contato com as pessoas na realidade, eliminando a distância entre o departamento de comunicação das marcas e o chão de fábrica. E olhar para a causa também sob a perspectiva do negócio, como receita e despesa.

“Nós somos os caras pretos de favela que falam de dinheiro e não tem problema. Em todas as plataformas em que vou conversar, pergunto quais são os indicadores de marca e negócio que precisam alcançar, mas também busco falar com o time de estratégia, o do financeiro”, disse Konrad.

O executivo aponta que também é perigoso deixar as questões sociais à mercê das plataformas anuais das empresas. Pois se não for um interesse genuíno e a longo prazo, ao mudar os assuntos que estão em alta na mídia, as dores são abandonadas. E sendo assim, é preciso construir a própria agenda.

Desafios da diversidade

Para um melhor desenvolvimento dos projetos, Zezé afirmou que as agendas de diversidade precisam parar de olhar os grupos em foco como uma coisa só. Pois desta maneira, estão dialogando sempre com as mesmas pessoas e do mesmo jeito. Ele aponta que os indivíduos podem ter nascido na mesma época, terem as mesmas condições econômicas, morarem no mesmo lugar e, ainda assim, serem muito diferentes.

“Temos que começar a pensar a diversidade no conceito das ideias também. Estamos em um Brasil completamente tumultuado e caótico”, afirmou.

O empresário ainda apontou que é preciso que os profissionais olhem mais atentamente para as soluções que surgem dentro do próprio País. Apesar de valorizar as inovações que acontecem pelo mundo, ele relembra que o cenário brasileiro enfrenta diversas dificuldades e tem a criatividade como ferramenta de sobrevivência.

“De onde a gente vem é um Mad Max: você tem que produzir uma agenda de resultados dentro do caótico, esse que é o pulo do gato do Brasil. Nós temos uma inteligência brasileira de pensar coisas para o Brasil, a partir do Brasil, que a gente pouco aproveita, pois estamos acostumados a esperar uma resposta de fora. Mas os EUA não têm PCC na favela, não tem Carnaval, flamengo, não tem Lula e Bolsonaro. Precisamos entender que o Brasil vai encontrar saída com as ideias do próprio Brasil”, dissertou.

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