Mídia

Como funciona uma escola de comunicação antirracista?

Projeto do portal Notícia Preta, que começa no próximo dia 21, disponibilizará cursos remotos gratuitos para democratização do tema

i 17 de agosto de 2023 - 6h00

Thais Bernardes, em pé de laranja, com a equipe noticia preta_foto de andre gomes melo

Em pé, Thais Bernardes, CEO, com a equipe jornalística do portal Noticia Preta (Crédito: André Gomes Melo)

O portal de jornalismo independente Notícia Preta, a partir de 21 de agosto, disponibiliza a Escola de Comunicação Antirracista. Com aulas online e assíncronas, focadas em capacitar pessoas negras e periféricas, a plataforma educativa quer expandir a influência da comunicação não violenta no discurso escrito e audiovisual.

Voltados para área de comunicação e mídia, os principais cursos nesse trimestre são sobre marketing digital, assessoria de imprensa e comunicação antirracista. Professores parceiros que tenham experiência no mercado de trabalho em médias e grandes empresas de telecomunicações serão responsáveis por ministrar as aulas.

Segundo Thais Bernardes, CEO e fundadora da Notícia Preta, os profissionais e voluntários do portal já recebiam esse serviço. Portanto, esse movimento é uma formalização dessa experimentação bem-sucedida.

Além disso, em parceria com a rede Serviço Nacional de Aprendizagem (Senac) do Rio de Janeiro, o portal oferecerá 250 vagas para alunos captados pelo Notícia Preta. A primeira turma da formação em parceria com o Senac começa no próximo dia 21 de agosto, com o curso de assistente administrativo, na Unidade Senac Riachuelo, próximo a comunidade do Jacarezinho. O curso será de 8h às 12h, de segunda a sexta-feira. Para mais detalhes sobre o curso basta acessar o site oficial do Senac RJ.

Notícia Preta: modelo de negócio

Para além disso, a Notícia Preta também oferece para marcas e empresas workshops sobre os diversos temas de caráter social, sobretudo nos pilares raça, gênero, orientação sexual e classe econômica.

Segundo a CEO, apesar das empresas terem interesse na representatividade, ainda não é possível visualizar uma movimentação nos altos escalões das companhias. “Temos um cenário dentro da mídia tradicional que vem tentando mudar, mas não sei se de fato muda, porque mesmo que tenhamos funcionários LBTQIA+ ou PCDs, eles não estão em posições de decisão”, comenta.

Para o futuro do jornalismo enquanto modelo de negócio, Thaís acredita o caminho perpasse a equidade de gênero, raça e classe. “O que a gente tenta fazer no Notícia Preta não é nada diferente do que os grandes grupos de telecomunicação fazem. A diferença é onde nossos negócios estão na escala social. O fazer jornalístico é o mesmo, o caminho e o trabalho com a publicidade também”, finaliza.