Facebook: 20 anos depois, qual é a importância da plataforma como mídia?
Responsável por mudar a forma como pessoas e marcas interagem, rede social ainda tem na comunicação de massa e segmentação elementos importantes para as marcas
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Bárbara Sacchitiello
5 de fevereiro de 2024 - 6h00
Nesse domingo, 4, completaram-se exatos 20 anos em que quatro estudantes da universidade de Harvard, nos Estados Unidos, criaram a tela inicial da plataforma que viria a ser, anos depois, a maior e mais importante rede social do mundo: o Facebook.
Fruto das jovens mentes de Mark Zuckerberg, de seu colega brasileiro, Eduardo Saverin, e dos estudantes Dustin Moskovitz, Chris Hughes e Andrew McCollum, o Facebook foi elaborado para funcionar como um misto de dados e plataforma de comunicação para os estudantes de Harvard.
Não demorou para que a popularidade da rede extrapolasse as paredes da universidade, ganhando fama em outras instituições de ensino e, posteriormente, em outras cidades e partes do mundo.
As duas décadas de existência do Facebook abrangem não só o período de maior transformação na forma como as pessoas se comunicam e interagem pelos meios digitais como também contemplam a ascensão da internet como o território principal para a publicidade e conexão das marcas com os consumidores em todo o mundo.
Em uma sociedade ávida por curtir, comentar e compartilhar, algo difundido globalmente sobretudo pela força do Facebook, só uma rede social acabou sendo pouco. Se por anos foi o nome e corpo de uma única companhia, desde 2021, o Facebook é um dos (porém, ainda o mais lucrativo), pilar de negócios da Meta, companhia que agregou as operações do Instagram e WhatsApp, que lançou uma nova rede social (o Threads) e que mudou de nome ao tomar para si a missão de difundir, pelo mundo, o conceito do metaverso.
O aniversário de 20 anos foi completado dias depois da divulgação do balanço trimestral da Meta, que apresentou os resultados referentes ao quarto trimestre de 2023.
Nos meses de outubro, novembro e dezembro, a companhia (considerando Facebook, Instagram, WhatsApp e Threads) teve um lucro líquido de US$ 14,02 bilhões, o que representa um significativo aumento de 201% em comparação com o mesmo período de 2022.
Analisando somente o Facebook, dados divulgados pela Meta no segundo semestre do ano passado mostraram que a rede social alcançou a marca de mais 3,08 bilhões de usuários ativos no mundo, o que torna a rede social, mesmo 20 anos depois de seu lançamento, ainda a mais utilizada no planeta.
Com números ainda tão superlativos em todo o planeta, o Facebook é um raro caso de uma rede social que conseguiu manter e preservar seu papel junto aos usuários e aos anunciantes, uma vez que a publicidade ainda é a principal fonte de receitas da companhia. Ainda que, ao longo dos anos, outras redes sociais tenham ocupado seu espaço no cotidiano das pessoas e das marcas, não dá para retirar o Facebook seu papel de elemento revolucionário na conexão instantânea entre as pessoas.
“Em um curto espaço de tempo, o Facebook cresceu por meio da conexão entre marcas, pessoas e fontes de informação. Com o tempo, apresentou diferentes produtos imersivos dentro da plataforma, evoluindo para ambientes com possibilidade de compra, troca e inspiração e foi, muitas vezes, de extrema relevância pra o resultado dos negócios”, relembra Glaucia Montanha CEO da Artplan São Paulo e CEO da Convert Digital Business.
O Facebook revolucionou, de forma rápida e intensa, a forma como as pessoas se conectam e interagem, também na opinião de Marcos Vinicius Costa, diretor de operações da Media.Monks. “É uma rede social que uniu de forma fácil o compartilhamento de informações, fotos, vídeos, atualização de status com amigos e familiares, trazendo o diferencial de fazer isso de forma pessoal e instantânea”, diz.
Outro diferencial, citado por Costa, está na criação de comunidades com interesses comuns, além da possibilidade de ter dado às empresas a chance de ter um canal direto de comunicação com seus clientes.
Ao analisar a importância do Facebook para a conexão humana, Henrique Fogaça, diretor de mídia da W+K São Paulo, faz uma referência. Para ele, o Facebook solidificou um caminho que já havia sido aberto pelo Orkut, rede social que teve no Brasil um de seus mais populares territórios. Porém, a plataforma de Zuckerberg conseguiu ir além, melhorando a experiência do usuário, investindo em novos features para a plataforma e fazendo aquisições importantes ao longo do tempo, como a do Instagram.
“Essas aquisições contribuíram muito para o portfólio da companhia e aumentaram a capacidade de alcance, interação e geração de conversas das marcas com os usuários”, reforça Fogaça.
Já há alguns anos, contudo, são comuns as análises e percepções de que o Facebook não detém, entre os usuários, o mesmo prestígio dos primeiros anos. Muitas pessoas que eram frequentadores ativos deixar de postar textos e fotos e até mesmo deixaram a rede social. As gerações mais jovens, também, vêm dando preferência aos recursos e ferramentas de outras redes, como Instagram e TikTok.
Ainda que o público não seja o mesmo de outrora, profissionais de mídia consideram que, como plataforma de mídia, o Facebook ainda é uma rede social fundamental para os anunciantes, tanto pelo uso que a plataforma ainda tem no Brasil como pelos recursos oferecidos às empresas.
“É fundamental para as empresas estarem presentes nessa rede social, pois ela é altamente versátil e oferece um alcance massivo de publico devido às suas dimensões”, diz Costa, da Media.Monks. O diretor cita como exemplo a veiculação avançada de anúncios segmentos e as otimizações das campanhas como vantagens importantes da rede social.
Mesmo após 20 anos – e com diversas outras redes sociais lançadas e competindo pela atenção do usuário, o Facebook ainda é um dos maiores players de alcance do Brasil. A opinião é de Fogaça, da W+K São Paulo. “Sua granularidade de segmentação traz uma maior segurança na assertividade das audiências e na eficiência das campanhas”, pontua.
A CEO da Artplan e da Convert também concorda com os demais profissionais sobre a relevância do Facebook como plataforma de mídia. Ela relembra um estudo de janeiro de 2023, divulgado pela Statista, que mostrava que o Facebook era o quarto país do mundo com maior número de visitantes da rede social, tendo, na época, 109 milhões de usuários. “Mesmo com a queda de público, segundo as pesquisas, sabemos que essa rede social possui um inventário relevante”, diz Glaucia.
Entretanto, ela alerta que a forma de se relacionar com as marcas e pessoas mudou muito a partir do surgimento e evolução de outras plataformas. ‘É certo que o Facebook possui um papel importante como plataforma de mídia, porém sua maior eficiência está no uso combinado com diferentes meios, formatos e demais ferramentas. Temos uma audiência polarizada que se comporta de formas diferentes em cada meio em que se apresenta maior conexão e afinidade. Dessa forma, a escolha do uso de uma plataforma precisa estar alinhada ao propósito, o que torna o cenário ainda mais desafiador”, analisa.
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