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NRF

Por que 2026 marcará o início de um novo mundo?

Relatório de tendências da WGSN, apresentado na NRF 2024, destaca que as tensões geopolíticas, o envelhecimento da população e a tecnologia obrigarão a sociedade a rever a forma como vive, consome e interage


17 de janeiro de 2024 - 14h12

2026 novo mundo

(Crédito: Adobe Stock)

Ao longo deste ano de 2024, a população de 64 diferentes países terá a missão de escolher seus novos líderes. Entre eles, estão os Estados Unidos, a maior economia do mundo – e que ainda dita boa parte dos rumos dos negócios mundiais. A partir dessa configuração das novas lideranças, somadas às atuais polarizações já existentes no cenário global, ao longo dos próximos dois anos, a geopolítica mundial terá uma cara bem diferente de hoje.

Por isso que, na visão de Andrea Bell, vice-presidente de consumer insights da WGSN, o ano de 2026 será um período de redimensionar o mundo. Foi sobre essas novas configurações que a executiva falou, em sua apresentação na Retail’s Big Show, na terça-feira, 16.

Aos presentes no evento de varejo, Bell resumiu os principais tópicos do Stepic Driver, o relatório de tendências da WGSN para os próximos anos. Além das questões políticas, a análise da companhia também destaca o envelhecimento da população e a incorporação de tecnologias como fatores cruciais para a transformação da maneira como a sociedade age e consome.

“Se vocês olharem agora para o TikTok terão à disposição mais de 97 milhões de vídeos que explicam sobre congelamento de óvulos. A geração Z está pensando em ter filhos mais tarde, ao mesmo tempo em que, em 2026, teremos mais de 1,2 bilhão de pessoas com mais de 60 anos somente na Ásia. “Teremos que aprender e descobrir como cuidar das pessoas e do mundo enquanto elas envelhecem”, disse Bell.

Os 6 motores de transformação do mundo, segundo a WGSN

Na apresentação, a executiva da WGSN resumiu os seis pilares do relatório de tendências da empresa, que apontam as principais vertentes de atenção e de transformação para as quais as empresas, marcas e sociedade devem se atentar. Veja cada um deles:

The Age Spectrum

Os países estão se desenvolvendo de forma desigual. Em 2026, a Ásia terá 1,2 bilhão de pessoas com mais de 60 anos. “Este é um mercado gigante, porém com necessidades completamente diferentes”, alertou Bell. Em contrapartida, nos Estados Unidos e Europa Oriental, 48% dos jovens adultos, de 18 a 29 anos, ainda moram com os pais. Essa taxa não era tão elevada desde o pós-Segunda Guerra Mundial.

Segundo a executiva, isso muda drasticamente a forma como as marcas se dirigem aos seus consumidores, uma vez, além dos gostos individuais, será preciso atender às necessidades de famílias de cinco, seis pessoas, que vivem juntas e consomem determinados produtos.

Intentional Tech

Não há como fugir da criação de uma realidade virtual e paralela de seres humanos e de um mundo alimentado pela inteligência artificial.

Andrea Bell mostrou dados de estudos que estimam que o mercado global de avatares (seres humanos virtuais, como o relatório chama) deve alcançar o montante de US$ 440,3 bilhões até 2031.

Nesse contexto, a indicação é que marcas e empresas sejam claras sobre a utilização da inteligência artificial e outras tecnologias, preocupando-se em combater a desinformação e a fake news que também é gerada por esse processo de criação virtual de pessoas e histórias.

Eco-accountability

Em um mundo onde não há mais dúvidas sobre os efeitos e a realidade das emergências climáticas, não há espaço para greenwashing ou para qualquer postura que não tenha um direcionamento efetivo em prol da mínima preservação do bem-estar do planeta.

“É hora de adotar uma mentalidade mais esperançosa pois teremos de passar por isso juntos”, disse Bell. Ela citou que já existem diretrizes que determinam que empresas que não são socialmente e ambientalmente responsáveis e que não seguem princípios ESG praticamente não terão mais condições de existir no mundo.

Geopolital tensions

Neste tópico, não é nova a informação de que a concentração de renda no mundo continua sendo um problema: 54% de todos os valores produzidos no planeta ainda estão nas mãos de 1% da população. Isso cria uma sociedade gigante de pessoas desfavorecidas, o que fomenta a polarização política e as desigualdades.
Pensar em políticas de preços e em formas diferentes de atuação que considere essas disparidades e ajude a promover a equidade é algo primordial.

Polarised Consumption

Esse ponto também tem a ver com as desigualdades sociais e o contexto político. Cada vez mais as pessoas tornam-se conscientes de suas responsabilidades perante o mundo e passam a priorizar compras e empresas que tenham princípios sustentáveis.

Nesse ponto, Bell disse que os varejistas precisarão não apenas investir na criação desses tipos de produtos como também em formas de compensar os consumidores que sigam tais princípios éticos.

World-Building

Pensar em produtos e serviços sem fronteiras será algo essencial em um mundo com ampla conexão e globalmente integrado. Nesse ponto, a inteligência artificial e a criatividade podem ser armas importantes.

A executiva citou, por exemplos, iniciativas como a do Sportify, que trabalha no desenvolvimento de uma IA para traduzir os podcasts para diversos idiomas.

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