Mídia é novo negócio de Emerson Fittipaldi
Piloto é sócio de Marcelo Hayashi na Publicidade Inteligente, que pretende vender espaço nas laterais de veículos de passeio comuns
Piloto é sócio de Marcelo Hayashi na Publicidade Inteligente, que pretende vender espaço nas laterais de veículos de passeio comuns
Igor Ribeiro
17 de dezembro de 2013 - 11h22
O piloto Emerson Fittipaldi se associou a Marcelo Hayashi na criação da Publicidade Inteligente, nova empresa de mídia out-of-home com sede em São Paulo, mas ambições nacionais. O produto oferece espaço às marcas nas laterais dos carros que circulam pelas cidades, formato de propaganda inédito segundo os sócios. “Trânsito tem muito potencial para vender anúncio e ninguém ainda aproveitou”, diz Hayashi.
O produto é um par de adesivos que revertem algumas centenas de reais ao dono do veículo, o “associado”. O interessado deve procurar a empresa e preencher um cadastro. O carro deve ter no máximo três anos de uso e estar com as contas e documentos em dia. Os melhores candidatos são os mesmos perfis que valem desconto nas seguradoras — acima de 30 anos, casado(a), etc. “Mas não é regra, poderemos ter oportunidades para motoristas mais jovens que saem à noite, para uma campanha de energético, por exemplo”, explica Hayashi.
A empresa também pesquisa o histórico do candidato no departamento de trânsito e fornece uma cartilha de melhores práticas ao volante. “Afinal, nós e o motorista vamos representar uma marca e ela não quer ser vinculada a mau comportamento. A gente vai reforçar isso no contrato”, diz Fittipaldi.
A faixa de remuneração ao associado pode chegar a R$ 1.000 por mês, dependendo de perfil, características do carro, rota diária e campanha do anunciante. Ainda é possível faturar um extra em caso de ativações: “podemos direcionar um grupo de carros com uma peça dirigida para circular nas proximidades de uma casa de eventos, numa noite específica”, conta Hayashi. Ele garante que o formato é legalmente viável, apesar das restrições de anúncio em espaço público em cidades como São Paulo. “É permitido quando a propaganda estampa o carro de uma pessoa física”, afirma.
A empresa também fornece um serviço métrico para calcular o impacto das campanhas. Uma espécie de GPS é instalado no carro e o aparelho envia dados sobre rota e distância percorridos a uma central. Também chegam informações sobre quilometragem diária, ruas e avenidas percorridas, tempo em movimento e estacionado, entre outras. “Temos até um alerta de velocidade: se o motorista ultrapassar os 20% do limite da via, recebe um SMS de advertência. Na terceira vez, o associado é excluído da campanha”, afirma Hayashi. O dispositivo também funciona como um rastreador antifurto e pode baratear o seguro do veículo
Volta às origens
Para um piloto, é normal ter dezenas de marcas estampando a carroceria de seu veículo. Ainda mais Fittipaldi, que fez parte da equipe Lotus que em 1968 inaugurou o patrocínio em carros de corrida, com os cigarros Gold Leaf.
A aproximação dele com o projeto aconteceu por outro viés, também relacionado a marketing. Como Fittipaldi já foi garoto-propaganda de dezenas de marcas – Bardahl, Schin e GM entre outras –, Hayashi o convidou para anunciar o Cargo Tracck, tecnologia de monitoramento de cargas criada e patenteada pelo empresário.
Na época, o sistema se provava eficiente e conquistava confiança crescente no mercado. “O dispositivo tem um índice de recuperação de cargas roubadas muito alto, cerca de 86%. Neste ano, deve bater os R$ 120 milhões em resgate”, diz Hayashi. No portfólio de clientes da Cargo Tracck constam diversas empresas que costumam transportar cargas valiosas, incluindo a Rede Globo. Dezenas de câmeras HD da emissora levam o dispositivo.
Interessada em fazer uma reportagem e uma apresentação na Conferência Rio+20, a Globo propôs a Hayashi uma parceria para instalar o rastreador em árvores de regiões amazônicas conhecidas pelo desflorestamento. A ideia era identificar madeireiras ilegais. Com o apoio do Ibama, localizaram e fecharam três empresas do gênero. Reportagens nos principais telejornais da Globo, no Financial Times e no The Independent chamaram ainda mais atenção.
Em março deste ano, a empresa de tecnologia em logística Sascar comprou a Cargo Tracck. Como nova dona da marca e de sua gestão, não quis continuar a negociação com Fittipaldi. Hayashi guardou os contatos do piloto e perguntou se poderiam se falar mais adiante, sobre uma nova proposta de negócio.
Gastou um par de meses em melhorias na tecnologia de rastreamento e em junho voltou a conversar com o piloto, convidando-o a investir na nova empresa. “A ideia é espetacular. A troca entre os custos pagos do associado por publicidade tem tudo a ver com automobilismo”, afirma o Fittipaldi. O piloto garante que sua atuação na sociedade vai além do puro investimento e da figura pública que garante exposição: “Vou atuar muito em relacionamento. Tenho portas abertas em muitas empresas e multinacionais. Com a tecnologia e toda a plataforma que o Marcelo desenvolveu, é só chegar e apresentar.”
Os sócios pretendem iniciar um road show em fevereiro, quando apresentarão as possibilidades da mídia e oportunidades de negócio. Segundo os sócios, o espaço custa cinco vezes menos que um painel de ponto de ônibus em São Paulo. Em termos de associados, a meta é atingir até cem mil no primeiro trimestre.
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