Por que a geração X ficou esquecida?
Viacom tenta compreender os hábitos dos adultos que mesclam os valores dos Boomers aos novos comportamentos dos millennials
Viacom tenta compreender os hábitos dos adultos que mesclam os valores dos Boomers aos novos comportamentos dos millennials
Bárbara Sacchitiello
29 de maio de 2017 - 16h27
No universo matemático, o “x” representa a variável desconhecida. A letra também foi utilizada para denominar a geração de pessoas nascidas nas décadas de 60 e 70. Para Viacom, a regra matemática e o estudo comportamental, nesse caso, têm muito em comum. “Por ser uma geração de transição entre os boomers e os millenials, a geração X acabou ficando esquecida. Como ela teve seu amadurecimento em uma época no qual o mundo passava por mudanças de ordem (como queda do Muro de Berlim, fim do apartheid e das ditaduras na América Latina), a geração X acabou não ficando nem de um lado e nem do outro, quando já chegava a era digital”, analisa Mariana Saes, gerente de insights da Viacom América Latina.
Na tentativa de compreender melhor os adultos que nasceram nesse período conturbado e híbrido da história recente da humanidade, a companhia ouviu mais de 12 mil adultos de 21 países para montar o estudo Gen X Today’, dedicado a compreender os pensamentos, hábitos e anseios de quem nasceu e cresceu em uma sociedade analógica e, hoje, situa-se em um ecossistema digital.
Para mapear a geração X, a Viacom ouviu adultos de 30 a 49 anos. “Essa geração representa quase 2 bilhões de pessoas no mundo e aproximadamente 54 milhões de pessoas no Brasil”, relata Mariana, esclarecendo que, por essa razão, esse público também corresponde a uma parcela importante de audiência de TV por assinatura no País e no mundo.
Como os millennials consomem informação?
De acordo com a pesquisa, outra característica marcante da Geração X é a mudança dos objetivos de vida em relação à geração anterior (os Bommers). Se para os mais velhos, as três coisas mais importantes da vida eram casar, comprar uma casa própria e ter filhos, para os nascidos depois dos anos 60, esses já não são mais indícios de felicidade: apenas 39% dos entrevistados declararam ter lutado para alcançar esses objetivos (na América Latina, o índice foi um pouco maior: 44%). “A geração X foi a primeira a acreditar que o caminho para a felicidade pode não ser o casamento. Por isso, é a geração que aceitou e colocou em prática a maternidade solo e o divórcio”, conta Mariana.
Um pé lá, outro cá
Apesar do pensamento mais tolerante e liberal em relação às gerações anteriores, os membros da geração X ainda possuem características bem claras que os distinguem dos nascidos na era digital. O relacionamento com a tecnologia é, segundo a pesquisa, o mais claro deles. Apesar do uso de internet e redes sociais serem profundamente difundidos entre os adultos de 30 a 50 anos (82% deles na América Latina declaram usar a internet para se manter atualizados e 80% concordam que o digital traz benefícios), eles não possuem uma dependência dos meios digitais como os mais jovens (na América Latina, apenas 38% assumiram que não conseguiriam ficar uma semana sem usar um smartphone)
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