Universal inicia estratégia com conteúdo nacional

Karina Balan Julio
6 de setembro de 2016 - 16h20

A série Unidade Básica de Saúde foi filmada em quatro semanas

A Universal estreia no dia 11 de setembro, às 22h, sua primeira série de ficção produzida no Brasil, Unidade Básica. Protagonizada por Caco Ciocler e Anna Petta, a série de 8 episódios narra o dia-a-dia de uma Unidade Básica de Saúde em São Paulo, perpassando as histórias da equipe e pacientes da UBS. Dirigida por Carlos Cortez e Caroline Fioratti, a série foi filmada em quatro semanas, com produção da Gullane Filmes e coprodução da  NBCuniversal Internacional Distribution.

A série foi realizada nos moldes globais de produção do canal, de modo a ser exibido não só no Brasil, mas também na América Latina e, posteriormente, em outros países. “Fizemos toda a adequação do conteúdo e do formato para o canal. Ainda estamos tentando entender esse segundo momento da produção independente, não apenas nos canais nacionais mas também nos canais internacionais. Estamos vendo que as produções nacionais tem toda a capacidade de estar lado a lado com séries internacionais”, disse Barbara Teixeira, coordenadora de conteúdo da NBCUniversal Networks International Brasil, em coletiva de imprensa de lançamento. 

Na ocasião, Fabiano Gullane, da Gullane filmes, falou sobre a produção independente na televisão brasileira, especialmente após o estabelecimento das cotas para conteúdo nacional na TV paga. “O Brasil está  oxigenando as televisões com a produção independente. Há  15 ou 20 anos atrás, não víamos um volume expressivo de séries e filmes para televisão que não fossem produzidos pela própria televisão. As TV’s abertas e as TV’s a cabo produziam quase 100% do que exibiam”, disse.,

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Ele avalia que a TV aberta também está passando por esse processo, embora com menos intensidade, já que canais abertos têm um compromisso com audiências mais amplas e portanto preferem não investir em produtos arriscados ou segmentados. “Todos os canais, aqui representados pela Universal, têm investido com bastante intensidade em séries de ficção, documentários, telefilmes e parcerias para filmes de cinema que depois vão para televisão. A gente percebe uma certa consolidação dessa produção independente, que pode ofertar para os canais uma grande quantidade de horas de programação de altíssima qualidade”, avaliou.

Para Newton Cannito, roteirista de Unidade Básica, um dos desafios de Unidade Básica foi criar uma série médica com características nacionais, tendo em vista a consolidação de séries americanas como House e Grey’s Anatomy. “Tivemos o desafio de criar uma série sem urgências e sem doenças raras, trazendo o interesse para doenças comuns de pessoas como nós. Nem todo mundo vai ter o privilégio de ter uma doença tão rara com o House te tratando”, afirmou. 

Ele destacou ainda a escassez de conteúdos sobre saúde na grade de televisão brasileira. “O tema da saúde perpassa toda a grade: enquanto o tema da violência é muito tratado, a saúde é um tema que a dramaturgia ainda não tinha abordado. É um tema já presente na dramaturgia americana, então acreditamos que vai funcionar por aqui”. 

Outra novidade é a abordagem de um serviço público em canal pago. De acordo com Barbara Teixeira, a estratégia para a série não engloba qualquer tipo de segmentação por classe. “O Canal Universal é um canal do pacote básico da TV por assinatura”, disse. A Universal está presente em 16,2 milhões de domicílios brasileiros, o que representa 83% da base de assinantes de TV por assinatura, de acordo com a assessoria de imprensa.  

No Brasil, o Canal Universal faz parte do portfólio da NBC Universal International Networks, joint-venture entre a Globosat e NBCUniversal.