A hora e a vez da TV conectada

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Opinião

A hora e a vez da TV conectada

Com um poder de segmentação bastante eficaz, este modelo tem chamado a atenção das marcas brasileiras, uma vez que possibilita comunicar-se com a audiência certa


11 de maio de 2021 - 6h00

(Crédito: Glenn Carstens Peters/Unsplash)

O avanço tecnológico tem transformado a interação e a conectividade por meio das mais diversas redes e plataformas digitais. Isto inclui também a TV que, tradicionalmente, dependia exclusivamente dos modelos de transmissão aberta ou por assinatura e que agora conta com os mais variados formatos de distribuição do seu conteúdo, possibilitando uma maior precisão na segmentação das audiências. Um exemplo disso é o crescimento do streaming, que já tinha uma grande expectativa de expansão para 2019, mas que ano passado se consolidou e fez com que a procura por conteúdos nichados de todos os tipos disparassem em todo globo.

Nos últimos anos, o mercado das chamadas CTVs ou Smart TVs (TVs com acesso à internet) e dos smartphones, acelerou a popularização desta forma de transmissão. Seja por meio de uma assinatura mensal – como na Netflix, Amazon Prime, Globoplay, entre outros – ou via AVOD (Advertising Video On Demand – Publicidade em Vídeo Sob Demanda) como no YouTube, Viki, Pluto TV, NetMovie, entre outros, na qual o usuário acessa o conteúdo de maneira gratuita financiado por meio de anúncios, estes novos formatos têm transformado por completo a maneira com a qual consome-se conteúdo.

Neste contexto, o maior beneficiado são os usuários, que têm cada vez mais possibilidades de escolha e podem se conectar com o que mais faz sentido para os seus gostos pessoais. Para as marcas, o streaming AVOD chega em 2021 como a opção mais assertiva para campanhas de engajamento com as suas audiências, após a sua rápida expansão e ramificação em diferentes mercados pelo mundo no ano passado. No Brasil, isso é refletido com a chegada de serviços como o ViX Cine e TV, a Pluto TV e a disponibilização de conteúdos gratuitos na NetMovies, desde outubro.

Com um poder de segmentação bastante eficaz, este modelo tem chamado a atenção das marcas brasileiras, uma vez que possibilita comunicar-se com a audiência certa. Já na TV aberta, a mensagem é distribuída a um público mais heterogêneo, com uma decisão de escolha limitada sobre qual atração assistir, o que torna mais complexa a mensuração do impacto de uma campanha.

É claro que a TV tradicional continua sendo extremamente relevante para publicidade. Aqui o ponto é a convergência de mídias e a transformação do comportamento de consumo, considerando todas as partes envolvidas no processo. Entre as mudanças observadas nos últimos anos, vimos crescer o interesse por conteúdos diversificados e provenientes de diferentes países e culturas como por exemplo, a asiática. O K-Drama (drama coreano), que obteve grande popularidade na Ásia na década de 1990, vem expandindo seu alcance, com aumento expressivo de suas produções, cujas visualizações estão cruzando fronteiras e nacionalidades, especialmente entre os jovens de 18 a 35 anos. De My Unicorn Girl a You Are My Destination, passando por What’s Wrong with Secretary Kim, entre outros, o público brasileiro é uma das principais audiências deste nicho, muito influenciado também pela força do sucesso mundial do K-Pop (pop coreano).

A democratização da internet tornou possível expandir a audiência destas produções fora de seus países de origem. No Brasil, por exemplo, a principal plataforma utilizada para o consumo dos conteúdos asiáticos é a Viki, que pode ser assistida em qualquer CTV ou aparelho smart e conta com alto engajamento dos usuários, que chegam, inclusive, a contribuir com legendas em português para as produções. Se aprovadas, têm o update e são creditadas, o que movimenta os fandoms. Para se ter uma ideia, são 27 milhões de usuários no mundo todo, 14 milhões deles somente na América Latina, com o Brasil entre o Top 5 mundial de audiência.

De acordo o Inside Video, novo estudo realizado pela Kantar Ibope Media, 99% dos internautas brasileiros consomem vídeos na web e para isso utilizam a TV, plataformas de streaming, lives e redes sociais. Ainda segundo o levantamento, o país se destaca em relação a outros mercados ao redor do mundo, especialmente quando o consumo se trata de vídeos gratuitos na internet: 80% ante 65% da média global. Quando o recorte aborda apenas os vídeos em redes sociais, o Brasil consome 72% ante a média de 52% ao redor do globo.

O Inside Video também revelou que durante o isolamento social causado pela pandemia, 68% dos internautas assistiram vídeos e TV online em plataformas de streaming gratuitas. Em um cenário de incertezas em relação às possibilidades de circulação física, é esperado que esse crescimento permaneça em 2021, uma vez que boa parte dos brasileiros utilizou esta forma de entretenimento durante o período mais rígido de restrições.

Nesse ínterim, a hora e a vez da TV conectada é agora. A mídia tradicional continuará a desempenhar um relevante papel por muitos anos, mas é certo que a transformação digital modificou e democratizou para sempre o acesso aos mais variados conteúdos. Bom para as marcas, bom para os usuários.

**Crédito da imagem no topo: Metamorworks/iStock

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