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A jornada do encantamento movimenta o entretenimento, mas…

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Opinião

A jornada do encantamento movimenta o entretenimento, mas…

São os processos que tornam o show inesquecível e as empresas devem seguir essa mesma premissa e todo o time precisa ter esse olhar de entender a cultura de uma marca de forma profunda, seu posicionamento e objetivos


5 de junho de 2025 - 6h00

Muito se fala sobre como uma experiência pode ser altamente memorável para o público, e sobre quais elementos tornam esse momento único. Seria o investimento no artístico, um ambiente sensorial, uma cenografia envolvente ou os residuais que mudam o ponteiro sobre o que definimos como eficiência dentro do entretenimento?

A verdade é que nenhuma dessas frentes que citei podem trazer um resultado positivo para um projeto se não existirem processos bem estabelecidos. E quem vive o dia a dia dessas operações, sabe que o significado desses tais processos é um pouco mais denso do que se pode imaginar.

Aqui, a ideia não é falar apenas sobre a importância de planejar, executar e obter sucesso. Mas sim de todo o ciclo de demandas, posturas e atitudes que precisam ser adotadas como prioritárias para que o resultado final cumpra ou supere o esperado, tornando a experiência do consumidor uma jornada de encantamento do início ao fim.

Um exemplo de como isso é aplicado na prática é o Walt Disney World Resort. Ao entrar no majestoso parque temático, é como se cada visitante estivesse imediatamente imerso em um universo de magia, algo que está no DNA da marca. Tudo é pensado para que cada pessoa tenha uma experiência única e individual, mesmo com os serviços padronizados para todo o público. Todos os funcionários são treinados para entreter e criar esse ambiente lúdico, que se combina aos cenários das clássicas produções da companhia. Seja o CEO, os atendentes, responsáveis pela operação dos brinquedos, governança ou limpeza, todos os colaboradores possuem total autonomia e, inclusive o dever, de manter essa jornada do encantamento em pleno funcionamento.

Isso só acontece porque existe um ciclo de processos que resultam em eficiência. A obrigação em manter todo o ambiente sempre com aquele ar mágico e encantador, a organização de horários com shows que se iniciam pontualmente para não frustrar a experiência do público, fazem parte dos processos estabelecidos dessa jornada. Além disso, estar em um ambiente completamente imersivo, sem intervenções da “vida real”, como uma visão ampla de prédios comerciais ou residenciais de dentro do parque, relógios e bancas de jornais, tornam a experiência ainda mais encantadora e fazem você se conectar inteiramente com todas ativações do parque de diversões. Isso também é processo: eliminar distrações visuais para reforçar a conexão emocional com cada ativação.

Outro ponto que merece destaque é o posicionamento estratégico das lojas de alimentos e souvenirs distribuídas de forma inteligente, elas se integram ao fluxo da jornada do visitante, estimulando o consumo após momentos de alta emoção, sem interromper a diversão ou sobrecarregar o público com sacolas. Esse equilíbrio entre timing, conforto e contexto, faz parte do processo e é um dos pilares do sucesso.

As empresas devem seguir essa mesma premissa e todo o time precisa ter esse olhar de entender a cultura de uma marca de forma profunda, além de ter muito claro o seu posicionamento e objetivos antes de desenvolver qualquer projeto. Esse processo é parte importante de como deve-se atuar estrategicamente diante de tantos briefings desafiadores, que exigem soluções criativas, relevantes e necessitam de entregas fora do óbvio, com experiências que encantam e marcam o público. Hoje, a própria Disney, referência global que citei como um exemplo, oferece cursos de imersão que desenvolvem esse olhar sobre a importância de criar essas chaves do sucesso.

Olhando para o cenário nacional, o entretenimento no Brasil tem muitas verticais, e uma dessas frentes são os festivais musicais, que têm crescido sua popularidade no País, atraindo cada vez mais o olhar de marcas que investem em ações de promoção e marketing nesses espaços. A grande questão é que, ainda que seja um local estratégico para atingir novos consumidores e parceiros, a presença em um festival vem acompanhada de um certo desafio criativo, já que são muitas ofertas diferentes para o público que frequenta esse tipo de experiência. Com isso, é necessário uma ação que realmente atraia a atenção do público, mas sem se sobrepor ao grande ativo dos festivais, que são os artistas que comandam os shows.

No fim, não basta apenas encantar, é preciso estruturar uma série de demandas que sustentem essa jornada. Estamos vivenciando uma série de movimentações no mercado do entretenimento, e os comportamentos de consumo estão em constante mudança. O sucesso é muito relativo ao objetivo, o segmento de atuação e onde a marca ou a empresa está inserida, e a como criamos esses processos que formam o ecossistema do sucesso.

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