7 de fevereiro de 2019 - 11h26
Crédito: Fancycrave.com/Pexels
A frase do título desse artigo é da Andrea Sullivan, quando era CMO da Interbrands, durante a apresentação das marcas que entraram na lista das Breakthrough Brands de 2017.
Muito já foi dito sobre as transformações de ordem mundial que sucedem a invenção e a adoção de tecnologias que vieram descontinuar uma ordem estabelecida e criar uma profunda mudança na sociedade. A transformação digital, onde não mais “entramos” na internet, mas “vivemos” a internet, é a última, mas não será a final. Nessa rede interconectada, as questões de escala global também se refletem (ou se repetem) na escala individual. O centro produtor de conteúdo e opiniões foi pulverizado na medida em que cada indivíduo é ao mesmo tempo produtor, consumidor e influenciador. E isso traz a percepção que estamos todos perdidos sem saber no que acreditar ou em que norte apontar.
As instituições e marcas estão sofrendo um grande desgaste conforme o público pede por mais transparência, empatia e comprometimento – um engajamento para além da relação transacional.
Com essa granularização da sociedade, a partir das preferências pessoais, cada indivíduo é uma fonte de transformação em potencial. E a transformação constante será a realidade daqui para frente.
O Marketing, como uma disciplina que está no centro da gestão das empresas, tem que retomar sua missão original de ser uma área trendsetter. Questões globais como o crescimento e envelhecimento da população, a sustentabilidade do planeta e a inclusão são megatendências sem volta que impactam diretamente o indivíduo que, por sua vez, pede respostas e engajamento das marcas.
Essa é a nossa missão, marqueteiros.
Nossas habilidades de analisar dados, traduzir informações, olhar tendências e conhecer as necessidades do público devem orientar os negócios e as marcas a terem um propósito na sociedade. E, principalmente, de levar esse propósito para a vida real, traduzindo os novos códigos culturais e sociais de forma que os tomadores de decisão saibam se comprometer com suas causas e se comunicar de maneira empática – incitando e sendo promotores de mudança e trabalhando para além da simples transação comercial.
Não é apenas sobre transformação digital – nós já somos inteiramente digitais, estamos imersos na rede o tempo todo.
Não é apenas sobre a transformação das lideranças – as lideranças já vivem numa sociedade que possui esses novos códigos sociais e precisam transformar suas marcas para refletir as questões do indivíduo.
Não é sobre um ativismo de fachada – é encontrar uma causa que faça sentido para a marca e se comprometer em todos os processos, se comunicar de forma transparente e autêntica – walk the talk!
Esse é o Marketing da Transformação: um marketing atento e engajado de verdade com as transformações constantes da sociedade e que contribua para que as marcas produzam impactos efetivos no mundo no qual estamos inseridos. Nessa realidade, o nosso papel é contribuir para que as empresas e instituições continuem crescendo financeiramente saudáveis, mas com atuações que sejam social, econômica e ambientalmente responsáveis.