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Opinião

Alerta para agir

A necessidade de uma ampla reflexão sobre as consequências das atividades humanas no planeta tornou-se imperativa


2 de março de 2022 - 6h00

(Crédito: chayanuphol – shutterstock)

Os universos empresarial e acadêmico sempre foram repletos de siglas. Como trafego entre ambos, posso afirmar que as letras ESG têm ganhado muitos holofotes. Esta é a sigla em inglês para “environmental, social and governance” (ambiental, social e de governança, em português), geralmente usada para medir as práticas ambientais, sociais e de governança de uma empresa.

A necessidade de uma ampla reflexão sobre as consequências das atividades humanas no planeta tornou-se imperativa no final do último século. Evidências empíricas e científicas em diversas áreas do conhecimento tornaram inquestionável a necessidade de moldarmos uma nova forma de ação individual e coletiva.

Os últimos alertas científicos sobre a redução dos recursos ambientais e as crescentes crises sociais dão o grau de dramaticidade e demonstram o senso de urgência para uma radical ruptura do modelo tradicional de desenvolvimento, com impactos diretos em imagem e reputação.

Essa ruptura pode acontecer por meio de tragédias ou, preferencialmente, de forma estruturada. A segunda opção vai depender de nossa capacidade de encontrar o caminho do entendimento, transparente e produtivo.
Apesar de enfrentar internamente dicotomias e contradições, o setor empresarial é o que mais tem avançado nesses últimos trinta anos. Por sua disciplina, aversão a entraves burocráticos, capacidade de investimento, as empresas líderes de mercado têm obtido sucesso com a implantação de programas de ecoeficiência e de responsabilidade social corporativa.

É por tudo isso que a metodologia preconizada pelo ESG é um dos instrumentos essenciais para a gestão empresarial e também inspira novos direcionamentos para a comunicação e o marketing.

Mesmo no contexto de catástrofes vividas globalmente, na voracidade cotidiana do mundo dos negócios, as variáveis socioambientais não se impõem à lógica empresarial como um postulado a ser seguido. Ao contrário, a sustentabilidade apresenta-se como uma seta para a construção coletiva de conhecimento acumulado de décadas de estudo e análise de experiências de cientistas, líderes empresariais, técnicas governamentais e ativistas e diversos países.

Pioneiros que buscavam – e buscam – a inovação para encarar desafios novos. Gente que consegue enxergar oportunidades onde muitos veem entraves. As iniciativas de ESG são conduzidas por pessoas com este perfil. Líderes que não enxergam suas corporações como ilhas isoladas da sociedade, mas sim como atores determinantes na indução do desenvolvimento econômico, social e ambiental de sua comunidade, cidade, estado e nação.
São inúmeros os alertas apontando para a ação. Nós, comunicadores somos parte da construção de um novo modelo de desenvolvimento.

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