Assinar

Chacoalhão

Buscar
Publicidade
Opinião

Chacoalhão

Temporada 2020 do projeto 100 Dias de Inovação e ranking de melhores agências em novos negócios têm ingredientes que nutrem a ambição do que muitos profissionais e empresas querem atingir no exercício que começa


13 de janeiro de 2020 - 9h47

CES 2020 (Crédito: Rafael Barreto)

Sai ano, entra ano e a inovação continua sendo um dos principais itens nas tradicionais listas que profissionais e empresas fazem para estar atentos no exercício que começa. Essa busca tem significados amplos e distintos, dependendo do mercado em que se atua, do estágio de carreira em que se encontra, do porte das companhias, mas, sobretudo, tem a ver com a ambição do que se quer atingir. Em muitos casos, objetiva encontrar um caminho que confira àquela pessoa ou marca um diferencial que o mercado aceite como referência.

Começou, na semana passada, a temporada 2020 do projeto 100 Dias de Inovação, uma das iniciativas de maior sucesso de Meio & Mensagem, que já em seu primeiro ano, em 2019, se consolidou como a mais importante fonte de captação de tendências para o futuro da indústria de comunicação, marketing e mídia. A primeira parada foi Las Vegas, onde terminou na sexta, dia 10, a Consumer Electronics Show (CES).

O projeto contempla ainda sites específicos para cada evento e ampla cobertura nas redes sociais, e segue com o Mobile World Congress (MWC), que acontece em Barcelona, na Espanha, de 24 a 27 de fevereiro, e o South by Southwest (SXSW), que será realizado em Austin, nos Estados Unidos, de 13 a 22 de março.

Internamente, o aprendizado trazido pelos jornalistas que acompanharam in loco os eventos internacionais contamina positivamente a pauta de produção de conteúdo dos meses seguintes, o nível de exigência com a curadoria analítica dos temas abordados e até mesmo o modelo de trabalho da redação. Começar o ano com esta alta dose de inovação mostra-se um estimulante poderoso para encontrar novas abordagens, ampliar e diversificar as fontes de informação e fazer projeções sobre o impacto no ambiente de negócios do avanço tecnológico e das mudanças comportamentais. Com isso, almejamos uma produção multiplataforma mais abrangente e conectada com os assuntos que, de fato, estão moldando as transformações dos profissionais e das empresas da indústria.

Um dos focos de atenção do 100 Dias de Inovação, e cujos exemplos de sucesso têm alimentado boa parte dos sonhos do que os profissionais e as empresas de hoje desejam ser no futuro, é o universo das startups. Elas têm uma atratividade que afeta, inclusive, mercados tradicionais regidos por práticas enraizadas, como o de agências de publicidade. Uma das constatações que comprovam essa mudança é o sucesso alcançado no Brasil em diferentes situações — prêmios, reputação, negócios —, por algumas agências novas e com modelos de atuação e de faturamento alternativos. Esta edição traz uma novidade que corrobora essa tese: ainda antes de completar um ano de vida, a Gut é apontada como primeira colocada no ranking de melhores em novos negócios, organizado por Meio & Mensagem pelo nono ano consecutivo.

Considerando o ambiente econômico e político instável do ano passado, esse é um feito a ser aplaudido. Mesmo levando em conta a boa reputação e as relações estabelecidas anteriormente com os anunciantes pelos fundadores Anselmo Ramos e Gaston Bigio — e o fato de um ano antes de abrirem o escritório em São Paulo já estarem preparando o terreno através das bases em Miami e Buenos Aires. Para seguir a trilha independente, a dupla abdicou de uma trajetória ascendente na maior holding de agências do mundo, o WPP, onde tinham o prestígio de ter construído, desde 2011, ao lado de Fernando Musa, uma das marcas que ajudou a arejar a publicidade global nos últimos anos, a David. Quando inauguraram o escritório brasileiro, Anselmo e Gaston se disseram dispostos a “procurar um jeito diferente de fazer as coisas” e a provocar um “chacoalhão”. Pelo menos nos primeiros passos, eles conseguiram. Entretanto, nas dinâmicas relações entre anunciantes e agências, tão — ou mais — difícil do que ganhar novos, é mantê-los.

*Crédito da foto no topo: Vijay Kumar/iStock

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Quando menos é muito mais

    As agências independentes provam que escala não é sinônimo de relevância

  • Quando a publicidade vai parar de usar o regionalismo como cota?

    Não é só colocar um chimarrão na mão e um chapéu de couro na cabeça para fazer regionalismo