De awareness para conversão
O branding awareness e indicadores de performance de visualização passaram a dividir espaço com outras prioridades na construção de marca
O branding awareness e indicadores de performance de visualização passaram a dividir espaço com outras prioridades na construção de marca
(Crédito: Reprodução/Shutterstock)
Houve um tempo em que a formação do redator publicitário cultivava a “venda sem a venda”, entendendo que os textos deveriam trazer esse foco de forma disfarçada e não tão direta. Mas esse tempo tem ficado pra trás.
Com o movimento da digitalização da comunicação, a partir de 2007, e com a ascensão meteórica das redes sociais como canais de troca, o branding awareness e indicadores de performance de visualização e engajamento, que até então, eram o foco principal das agências de publicidade/comunicação, passaram a dividir espaço com outras prioridades na construção de marca e lançamentos de produtos e serviços no universo online.
Além de construir relacionamentos de longo prazo (awareness), o marketing digital começou a direcionar os esforços de lançamentos e focos para métricas de conversão, passando a ditar novos caminhos para profissionais do setor na produção de copywriting, página de vendas etc., principalmente no que tange os infoprodutos, também explorados, cada vez mais, ano após ano, junto à creator economy (economia criativa) e venda de produtos digitais. A partir daí, os profissionais de comunicação passaram a entender o quanto estava sendo investido e retornando, de fato, para a empresa, explicitamente; diferente das métricas de conhecimento marca, em que era (e ainda é!) difícil mensurar em números. Ou seja, quanto o esforço direcionado estava resultando, de fato, em conversão.
E por mais pouco ortodoxo que possa parecer, essa tendência de copywriting traz a replicação de estrutura de mecanismos de vendas (framework de marketing) da década de 50, refletido hoje em empresas ou profissionais conhecidos no mercado como agências de lançamento (ou co-produtores), popularizadas por volta de 2018.
O espaço e o potencial desse mercado são gigantes, pois são eles que atendem o gigante mercado da Creator Economy que, segundo dados da consultoria SignalFire, são mais de 50 milhões de empresários em todo o mundo que ganham dinheiro com conteúdo online, sendo que dois milhões desses vivem exclusivamente dessa atividade. Por conta da grande maioria (80%) em estágio inicial tentar conciliar seu empreendimento com um emprego full time, quase 50% dos creators terceirizam parte do seu negócio, incluindo o tráfego pago, que costuma trazer melhores resultados a quem explora o recurso. E aí estão cerca de 25% do seu faturamento dos criadores que entendem essa necessidade. As agências, por sua vez, ajudam os creators com seus maiores desafios: otimização do tráfego, construir e crescer sua audiência e alcançar novos compradores, trazendo os novos modelos de copywriting para o cerne de conversão.
Com relacionamentos estreitos e próximos com seus clientes – quase como sócios –, estão envolvidos e conseguem direcionar os esforços, até mesmo antes dos lançamentos de cursos ou conteúdos, podendo trazer sugestões desde o processo de pré-produção, pensando no mercado endereçável com base em pesquisa, audiência e performance. As métricas de audiência vs conversão passam a ser o cerne de todo um lançamento nesse “novo mundo das agências” a partir do crescimento da economia criativa e os infoprodutos, que de acordo com levantamento realizado pela CB INsights, movimentou US$1,3 bilhão no ano de 2021, que em reais representa mais de R$6,5 bilhões.
A mudança aconteceu e está espalhada por diversas empresas de menor porte, que atendem (e retém) parte desse volume financeiro e de comunicação, e tendem a crescer em espaço e demanda, ano a ano. É o novo jeito de comunicar-se publicitariamente, adaptando-se ao mercado e ao potencial da economia criativa, que tem se provado ser gigantesca, a exemplo da performance anual da Hotmart, líder do setor no mundo. As ferramentas estão aí para quem deseja e entende o potencial nesse novo papel – basta olhar as novas perspectivas e crescer junto com o mercado.
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