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Opinião

Ética e Comunicação

O capital ético já é o ativo mais importante para as empresas e a comunicação precisa acompanhar


16 de dezembro de 2022 - 14h00

(Crédito: Shutterstock)

Digo com certa convicção que o maior divisor entre as empresas hoje é o capital ético. Não há mais espaço nem tolerância entre todos os stakeholders, e mais enfaticamente entre o consumidor final, para empresas que faltam com a ética, tratam mal clientes, fornecedores, não têm políticas de transparência e respeito pelo meio ambiente.

Eu já comecei a desenvolver esse raciocínio uns meses atrás quando escrevi sobre compliance e também quando fiz uma pensata sobre a trajetória da Abercrombie & Fitch, mas, rapidamente, o capital ético torna-se cada vez mais vital para a sobrevivência das empresas e eu dou três motivos muito fortes para isso:

  • O primeiro é econômico, evidentemente. Os fornecedores estão claramente mais propensos a apostar em empresas que já tenham um capital ético minimamente consolidado.
  • A segunda é o fato de que o capital ético está diretamente associado à perenidade de uma corporação. Há um movimento natural de depuração do mercado e o indicador reputação é extremamente valioso não só para o presente, mas também para o futuro das empresas.
  • Por fim, acredito que o capital ético também está relacionado à capacidade de uma empresa posicionar-se no mercado com genuinidade e empatia, outros dois atributos que estão em alta no mercado. As empresas precisam cada vez mais mostrar extrema coerência com as causas que abraçam. Por exemplo: não dá para querer aderir ao movimento agosto dourado, de valorização da amamentação, se a empresa não oferece estrutura e não tem nenhuma política específica para suas funcionárias lactantes.

E aí chegamos a um ponto importante e primordial para mim: como fica a comunicação do capital ético?

A comunicação do capital ético

Com a experiência que tenho no mercado de comunicação, eu já vi algumas empresas com um marketing muito potente capaz de camuflar alguns desajustes e mazelas internas. Com essa supervalorização do capital ético, acredito que isso não será mais possível e será complicado disfarçar inconformidades com boas estratégias de comunicação, por melhores que elas sejam.

Dessa forma, acredito que os novos tempos trazem novos desafios às corporações. Elas não só têm que alinhar seus processos e posturas de forma a fortalecer seu capital ético, como devem saber comunicá-los com eficiência e autenticidade. Acredito que as modalidades capazes de se aproximar dos públicos de forma mais transparente e genuína, tais como marketing de conteúdo, o marketing de boca a boca e até o marketing de influência quando bem-feito, podem ser ainda mais relevantes no mix de comunicação das empresas.

Tempos interessantes estão por vir. Vamos acompanhar.

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