Faróis de inspiração
Essência das boas lideranças é criar ambientes de trabalho humanizados, onde os colaboradores se sintam seguros, valorizados e motivados a dar o seu melhor
Essência das boas lideranças é criar ambientes de trabalho humanizados, onde os colaboradores se sintam seguros, valorizados e motivados a dar o seu melhor
Vulnerabilidade não é conhecer vitória ou derrota. É reconhecer a necessidade de ambas. Esta frase encapsula uma verdade essencial sobre a liderança: a compreensão de que a jornada para o sucesso é repleta de altos e baixos, de desafios e triunfos, e que a verdadeira liderança reside na capacidade de navegar essas águas turbulentas com coragem, compaixão e visão.
Recentemente, me deparei com um artigo na revista Trip que explorava uma questão simples, mas profundamente reveladora: “O que faria você se demitir?”. O artigo destacou um fenômeno preocupante e, ao mesmo tempo, esclarecedor. O Brasil registrou um recorde de pedidos de demissão voluntária, o maior dos últimos 20 anos. O levantamento com mais de 53 mil trabalhadores indicou que conflitos com a liderança direta, insatisfação com a remuneração, falta de reconhecimento, problemas éticos e a busca por um novo emprego foram os principais motivos para as demissões.
Em um mundo cada vez mais disruptivo e complexo, as organizações não podem mais se dar ao luxo de operar com modelos de liderança tradicionais, baseados no controle e na autoridade. Para sobreviver e prosperar, elas precisam de lideranças humanizadas, capazes de criar ambientes de trabalho onde os colaboradores se sintam seguros, valorizados e motivados a dar o seu melhor.
Aqui, a noção de segurança psicológica ganha destaque. A escritora Amy Edmondson, em seu livro A Organização Sem Medo, nos lembra que em cenários desafiadores, as lideranças têm duas tarefas cruciais: primeiro, devem construir uma cultura de segurança psicológica para fomentar o aprendizado e evitar falhas evitáveis; segundo, precisam estabelecer altos padrões e inspirar suas equipes a alcançá-los.
Eu já tive lideranças ruins. Todos nós tivemos. Elas deixaram suas marcas — de frustração, desmotivação e até de sofrimento. Mas esta homenagem é dedicada às boas lideranças. Àquelas que, com sua capacidade de imaginar e visualizar o que poderia ser, enfatizam a importância do relacionamento humano, do desenvolvimento pessoal e da criação de um ambiente onde os membros da equipe se sintam valorizados, inspirados e motivados a contribuir com o seu melhor para o sucesso coletivo da organização.
Em tempos de disrupção e complexidade, bons líderes se destacam como faróis de esperança e estabilidade. Eles veem oportunidades onde outros veem obstáculos e inspiram suas equipes a pensar grande e transformar sonhos em realidade. Esses líderes entendem que a vulnerabilidade e a autenticidade são essenciais para construir confiança e liderar com eficácia, mostrando sua própria humanidade em primeiro lugar.
E essa é, talvez, a lição mais importante que podemos aprender com os bons líderes: a liderança não é sobre ser perfeito. Não é sobre ter todas as respostas ou nunca cometer erros. É sobre ser corajoso o suficiente para enfrentar a incerteza, humilde o suficiente para aprender com os outros e comprometido o suficiente para colocar as necessidades de sua equipe em primeiro lugar.
Bons líderes não lideram com medo. Eles lideram com coragem, com compaixão e com uma visão de um futuro melhor para todos. Eles compreendem que o verdadeiro poder da liderança não vem de um título ou de uma posição, mas da capacidade de inspirar, de motivar e de guiar os outros em direção a um objetivo comum.
E é por isso que, hoje, homenageio essas boas lideranças, que nos mostram que é possível ser bem-sucedida sem perder de vista nossa humanidade. Lideranças que nos lembram que o verdadeiro sucesso não se mede em dólares ou em marcos atingidos, mas nas vidas que tocamos e nas mudanças positivas que ajudamos a criar.
Elas são a razão pela qual muitas pessoas escolhem permanecer em suas organizações, mesmo diante de desafios e dificuldades. Eles são a prova de que, mesmo em um mundo complexo e incerto, a liderança pode ser uma força para o bem — uma força que transforma, que eleva e que inspira.
Então, a todas as boas lideranças por aí, obrigada por sua visão, por sua coragem e por sua humanidade. Obrigada por nos mostrar o que é possível quando lideramos com o coração e com a mente abertos. E obrigada por fazerem do mundo um lugar melhor, um dia de cada vez.
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