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IA no varejo: opção ou necessidade?

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Opinião

IA no varejo: opção ou necessidade?

Para varejistas no início da jornada de adoção da IA, sugiro algumas perguntas chave para definir o escopo da transformação: qual é a sua ambição geral para a precificação?


21 de agosto de 2024 - 6h03

O varejo está enfrentando uma nova era de precificação, impulsionada por desafios como inflação persistente, volatilidade na cadeia de suprimentos, mudanças no comportamento do consumidor e intensificação da concorrência. Nesse cenário turbulento, tenho visto soluções baseadas em inteligência artificial (IA) e modelos dinâmicos emergindo para substituir as ferramentas tradicionais de definição de preços, transformando a complexidade do mercado em uma vantagem competitiva.

Utilizando algoritmos avançados para otimizar preços, tais tecnologias estão revolucionando o setor. No estudo “Overcoming Retail Complexity with AI-Powered Pricing“, do Boston Consulting Group, por exemplo, identificamos que varejistas que adotaram essas soluções aumentaram o lucro bruto de 5% a 10% e melhoraram significativamente a percepção de valor pelo cliente. Isso significa que aqueles que ainda se apegam aos métodos tradicionais estão ficando para trás, enquanto os pioneiros da IA estão colhendo os frutos de uma estratégia mais inteligente e eficaz. 

Entretanto, reconheço que implementar precificação otimizada por IA exige uma abordagem holística, em contraste com a precificação baseada em regras simples de negócio, que tende a focar em poucas dimensões de forma agregada. A IA permite uma análise mais profunda e detalhada, considerando diversas variáveis simultaneamente. Isso possibilita não só a otimização de preços individuais em vez de médias, mas também investimentos mais estratégicos em categorias que atraem clientes e itens de valor chave (KVIs). E, em um mercado onde cada detalhe conta, a precisão da IA faz toda a diferença.

Como implementar a IA no varejo

Para varejistas no início da jornada de adoção da IA, sugiro algumas perguntas chave para definir o escopo da transformação: qual é a sua ambição geral para a precificação? Qual é o valor que pode ser criado e quão rapidamente deseja alcançá-lo? Quais mudanças serão necessárias no modelo operacional atual em termos de equipes, processos e tecnologia?

Depois que estas questões estiverem respondidas, elaborei um passo a passo para auxiliar:

Defina objetivos claros, traduzindo-os em metas comerciais e de cliente específicas.

  1. Crie uma plataforma de dados integrada e automatizada, que reúna dados estratégicos como fidelidade do cliente, preços de concorrentes e planos de promoção e desconto.
  2. Associe perspectivas de omnichannel e geoanalytics para definir zonas de preço.
  3. Avalie as relações entre itens, considerando arquiteturas de categorias ou tamanhos de pacotes.
  4. Estabeleça regras de arredondamento para garantir valores limpos e consistentes.
  5. Defina a equipe responsável pela precificação, capacitada para reagir rapidamente a mudanças no mercado.

 Assim que cumprir todas essas etapas, você estará pronto para a adoção de IA que, respondendo à pergunta do título deste artigo, não é mais uma mera opção – é uma necessidade imperativa para alcançar uma vantagem competitiva sustentável no mundo moderno.

 Tenho certeza de que varejistas que constroem e implementam com sucesso uma solução de precificação baseada em IA experimentarão benefícios significativos em eficiência operacional, percepção do cliente e desempenho financeiro. Ignorar essa tendência é se condenar a uma posição secundária em um mercado cada vez mais dinâmico e competitivo. É hora de abraçar a IA não como uma alternativa, mas como o novo padrão de excelência no setor.

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