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Live marketing como vetor econômico!

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Opinião

Live marketing como vetor econômico!

Não há uma discussão mais aprofundada desse setor na sociedade; é algo visto ainda como secundário na opinião de alguns


3 de outubro de 2018 - 13h12

Crédito: reprodução

Recentemente, fazendo o check-in em um hotel na região da Barra, no Rio de Janeiro, notei a seguinte situação: à minha frente, aguardando para fazer check-in ou check-out no hotel estavam três pessoas: um executivo de terno (que, olhando com atenção ao passaporte em sua mão, descobri ser norueguês), um jovem com cara de atleta segurando um remo (vestindo a camiseta da França) e outro jovem de cabelo dreadlocks, que usava óculos escuros às 08:30 horas da manhã!  O que um norueguês, um francês com um remo e um “alterna” de óculos escuros têm a ver com isso?

Resulta que a heterogênea audiência do check-in/out daquele hotel representava fielmente o target de três eventos que ocorriam naquela região e naquele dia. Na ordem: uma feira do setor de óleo & gás que acontecia no RioCentro (o executivo da Noruega), o Campeonato Mundial de Remo Slalom que acontecia em Deodoro, nas instalações olímpicas que são o legado da Rio 2016 (o atleta francês) e, finalmente, a cerimônia do Prêmio Multishow que aconteceria na Jeunesse Arena bem ali ao lado (o jovem músico e seus óculos escuros!). Bingo!

Não existe antídoto melhor para a difícil situação do Rio de Janeiro pós-Copa e Olímpiada e sob atual intervenção federal que “ tocar a sua vida”, organizando os mais diversos tipos de ações no setor de live marketing. Vamos por partes…

Para você realizar qualquer ação de live marketing, inicialmente, o planejamento e vontade de realização são as “ fagulhas iniciais” do processo. E, graças ao (escritor Philip) Kotler, as ações envolvendo os mais diversos tipos de encontros, eventos ou experiências têm tido uma alta exponencial nesses últimos anos. O marketing experiencial nunca esteve tão em alta quantos nestes dias de “digitalização” das nossas vidas. É como a sístole e a diástole, movimentos básicos do nosso coração. Quanto mais digitais formos, mais “ao vivo” (face to face) teremos necessidade de nos encontrar. OK, isso vai bem!

A segunda fundamental etapa é a existência de infraestrutura disponível para realizar a ação de live marketing. Neste momento em que escrevo estas linhas, sobre a minha mesa está uma publicação do São Paulo Convention Bureau chamada Painel de Monitoramento dos Eventos em São Paulo (Pamesp), que demonstra nos 40 principais locais receptores de ações de live marketing da cidade qual é o calendário de eventos no trimestre do final do ano.  Hotéis, centro de exposições, autódromo, casas de espetáculos, estádios, teatros, centros culturais, são todos, por excelência, os “palcos” para as ações de live marketing por aí… Isso vai bem também!

A terceira e última etapa é um cenário macro e microeconômico positivo e com regras claras. E aí creio que não temos uma situação perfeita. Não estamos mal, mas não estamos bem! Mas vejo que qualquer uma das ações de live marketing, atualmente à disposição das marcas e das cidades, são sim fatores fundamentais de indução da economia e do estado de espírito daqueles envolvidos com isso. O norueguês vai precisar de um intérprete e chamará um táxi. Depois, à noite, vai beber uma caipirinha. O francês vai utilizar a van da Federação de Remo e precisará dos serviços de um fisioterapeuta depois da prova para relaxar a musculatura. E o musico vai usar o seu smartphone para acessar as mídias sociais e, quem sabe, participar de um jam session naquele estúdio musical ali no Leblon. O live marketing ajuda as pessoas e a economia a se desenvolverem.

No caso do Rio de Janeiro (mais especificamente na Barra), existe, sim, uma infraestrutura perfeita para esse vetor econômico atuar. E quais outras cidades no Brasil poderiam estar tendo esse benefício? Qual infraestrutura os estados, cidades ou a iniciativa privada deveriam estar implementando ou atualizando para suportar o crescimento do setor de live marketing?  Quais são os cases de sucesso que poderíamos estar seguindo? Infelizmente, não vejo uma discussão mais aprofundada desse setor na nossa sociedade. É algo visto ainda como  secundário na opinião de alguns (não na minha!). O que nós, brasileiros, podemos fazer pelo live marketing? O que devemos fazer?  Alguém se habilita a coordenar essas discussões? Afinal de contas, o live marketing não é para os fracos…

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