10 de novembro de 2021 - 16h00
Semana passada, eu tive a oportunidade de participar presencialmente da NFT.NYC, o maior evento do mundo sobre NFTs, blockchain e, principalmente, sobre a descentralização que essas tecnologias proporcionam, garantindo à artistas, empreendedores, gamers e consumidores um poder muito maior sobre os seus assets digitais. Eu descrevo os NFTs, ou Non-Fungible-Tokens, como certificados que seguram a autenticidade e propriedade de qualquer tipo de asset ou transação digital, de um jpg à um contrato, passando por músicas, vídeos, objetos em jogos, entre outros. Mas certeza que deve existir uma definição melhor por aí.
As empresas vão começar a utilizar as novas tecnologias, como NFTs e blockchains (Crédito: Niphon Subsri/Shutterstock)
Entre as dezenas de palestras de nomes super importantes como Gary Vaynerchuck (fundador da VaynerMedia), Jeff Zirlin (fundador do SkyMavis – produtora do maior jogo de blockchains do mundo, o Axie Infinity) e Sebastian Borget (fundador do Sandbox, o novo fenômeno dos cryptogames), deu para ver que a quantidade de mudanças que estamos prestes a vivenciar graças a essas tecnologias. Mudanças que vão criar oportunidades incríveis para pessoas e empresas, mas também vão gerar transformações profundas em segmentos tradicionais, principalmente em finanças e certificações, por exemplo, cartórios que já estão sofrendo por causa de ferramentas como DocuSign, vão se transformar em negócios quase obsoletos com a tecnologia de blockchain.
E para artistas, fotógrafos, ilustradores e criativos de um modo geral, a tecnologia de NFTs tem o poder de finalmente eliminar o uso sem direitos autorais, diminuir o plágio e garantir ao criador do trabalho receita sobre ela sem limite de tempo. Um pintor que antes recebia pelo quadro só quando o vendia pela primeira vez, agora, graças aos smartcontracts pode receber pela sua arte digital toda vez que ela for vendida e revendida, para sempre, o mesmo acontece com um músico ou um fotógrafo.
Mas o segmento que os NFTs mais vão revolucionar vai ser o cenário de games, porque agora, tudo que você conquista num game, vira um produto e pode ser comercializado em alguma das principais plataformas de blockchain como Ethereum e Solana, por exemplo. As horas que gastamos para conseguir aquele item especial, ou garantir o drop primeiro que todo mundo, agora podem ser remuneradas e essa remuneração vai criar oportunidades incríveis para jovens e jogadores em busca do primeiro emprego. Jogos como Axie Infinity, já conseguem garantir uma renda de cerca de 1500 reais por mês para jogadores, que podem jogar com um celular conectado ao 4G de qualquer lugar do Brasil. E ano que vem, a lista de jogos “play-to-earn” a ser lançado é gigante, títulos como Ember Sword, Aurory, BigTime, Sandbox e outros vão chegar com tudo e gerar empregos, principalmente em países como o Brasil, com alta penetração de Internet e de gamers.
E esses movimentos e tecnologias em conjunto ao crescimento do interesse pelo “metaverso” vão criar oportunidades gigantescas para marcas e anunciantes se conectarem de maneiras ainda mais inovadoras e imersivas com seus consumidores. Da distribuição de brindes e colecionáveis exclusivos no metaverso, até a transformação de mascotes digitais em NFTs, passando pela facilitação de acesso de jovens aos jogos play to earn, que vai gerar mais impacto social para a marca do que campanhas em mídias mais tradicionais.
Vamos ver as empresas experimentarem demais com essas tecnologias em 2022 e entre erros e acertos, vamos pelo menos ter clareza no que é um NFT e no impacto que ele vai ter em negócios, artes, games e na nossa vida dentro do metaverso.