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Opinião

O que deu errado com a Livraria Cultura?

Qual foi o problema que levou a Livraria Cultura à falência?


15 de fevereiro de 2023 - 12h30

(Crédito: Reprodução/Livraria Cultura)

Desde o anúncio da falência da Livraria Cultura, tenho lido algumas análises sobre o fato: problemas de gestão, estratégias falhas de expansão, cenário macroeconômico, pandemia, falta de hábito de leitura entre o brasileiro médio…

No entanto, o fator mais mencionado é a concorrência com as gigantes do e-commerce, como a Amazon. De fato, as lojas virtuais dobraram a participação no faturamento do mercado editorial brasileiro, passando de 12,7% para 24,8% entre 2019 e 2021. Mas, será que isso explica tudo? Enquanto a Cultura fecha as portas, surgem dezenas de pequenas livrarias de nicho, com um atendimento personalizado e boa curadoria das obras disponíveis.

Tudo isso reforça um dos paradigmas da transformação digital: a centralidade nas pessoas. Cada vez mais, as expectativas dos clientes precisam estar no centro de tudo, orientando a transformação das companhias. O sucesso da Amazon, por exemplo, está em atender bem o consumidor que quer preços baixos, praticidade, ampla variedade de obras — e a tecnologia ajuda a qualificar essa experiência.

As pequenas livrarias de bairro, por outro lado, respondem às expectativas de quem quer aproveitar um momento diferenciado, com a ajuda de um livreiro que saberá dar sugestões de leitura, acompanhado de um café especial ou uma apresentação cultural. Aqui, o digital também tem vez: com ações inteligentes e criativas de social media e inbound marketing, o lugar vai firmando e ampliando a clientela.

Aparentemente, a Cultura se perdeu entre esses dois polos. Quem frequentou a livraria nos últimos anos já percebia um certo ar de decadência. Aí, já era tarde: afinal, o cliente não estava mais no centro.

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