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Opinião

Seja bem-vindo 2020 (não, você não leu errado)

Finalizar o ano de 2017 pensando já em 2020 é uma tarefa de planejamento bastante ousada, ainda mais tendo em conta a realidade socioeconômica tão complexa quanto a que vivemos no Brasil


22 de dezembro de 2017 - 12h03

Foto: Reprodução

2017, sem dúvida nenhuma, foi um ano de grandes desafios, muitas conquistas, vários retrocessos e um tanto de novidades. Vimos a consolidação das inteligências artificiais como mecanismos importantes para as estratégias de diversas marcas, bem como na implementação da gestão de serviços e nos surpreendemos com o desligamento pelo Facebook de um chatbot que criou sua própria linguagem.

Foi o ano da revelação dos fakenews e perfis falsos e de como impactaram e influenciaram sobremaneira opiniões – notamos, também, uma guinada ideológica para a direita trazendo grandes preocupações sobre o futuro de diversas conquistas em termos de cidadania, por outro lado nos demos conta da falência da visão de esquerda na forma como foi implementada no nosso país.

Parece que uma sensação de estar à deriva permeou diferentes players no ano de 2017 bem como muitas pessoas.

Investir ou não investir? Manter mercado ou sair do mercado? Aumentar o portfolio de produtos tentando aumentar os lucros ou diminuir o portfólio para controlar os gastos? Ser a favor ou contra a reforma trabalhista, que apesar de necessária trouxe grandes dúvidas para muitos trabalhadores? Apoiar ou não a reforma da previdência? Se indignar ou não com as incontáveis revelações trazidas pela operação Lava Jato?

Ufa! Foi um ano intenso: que digam os diversos memes que estão rodando nas mídias sociais sobre o “apocalíptico” 2017.

Comportamentalmente, o brasileiro tem a tendência de ser otimista em relação ao futuro mais distante e pessimista sobre o passado, achando que foi pior do que realmente a realidade se mostrou. 2017 foi um ano de retomada, ainda tímida é certo, mas voltamos a crescer e criar postos de trabalho, com a tendência de que se mantenha o ritmo em 2018. Quer dizer, coisas boas também aconteceram!

A TV aberta com as telenovelas da Globo e a TV fechada com os programas de entrevistas voltaram a apresentar alta nas suas audiências – calando os pessimistas de plantão; os influencers brasileiros mostraram enorme criatividade angariando mais seguidores, haja visto Felipe Neto que lançou seu próprio aplicativo sendo um dos mais baixados nas lojas virtuais, além disso, a expectativa do varejo para as vendas de final de ano é maior em relação aos anos anteriores.

Deixemos de ser saudosistas e pensemos em 2020, porque já sabemos que para os próximos dois anos teremos consumidores muito mais racionais

Dito tudo isso, deixemos de ser saudosistas (como diria minha avó – quem gosta de passado é museu) e pensemos em 2020, porque já sabemos que para os próximos dois anos teremos consumidores muito mais racionais – ainda vivendo a marola da crise que tem nos assolado e bem receosos com os caminhos políticos e econômicos propostos pelos nossos governantes, além de players cautelosos, porém realizando investimentos mais consistentes no mercado brasileiro.

Então, 2020 trará grandes desafios – ir além do digital e do off-line e migrar para um pensamento estratégico da organização dos meios visando seu consumo simultâneo será algo corriqueiro entre os planejadores.

O multitela será mais que um fato, será uma condição comportamental enraizada e presente nos diferentes ambientes sociais da audiência, que por sua vez provocará muitas transformações e somente uma análise comportamental bem-feita poderá nos dizer quais mudanças serão estas.

Gerar conteúdo não será mais um fator de diferenciação, construir bons storytellings também não revelará grandes diferenciais, o que será a marca registrada dos próximos anos será o relacionamento

As marcas terão que investir cada vez mais na construção de experiências pertinentes, adequadas e, por vezes, singulares que digam respeito àquele consumidor e seus desejos. Gerar conteúdo não será mais um fator de diferenciação, construir bons storytellings também não revelará grandes diferenciais, o que será a marca registrada dos próximos anos, com certeza, será o relacionamento.

Em um mundo cada vez mais virtualizado a necessidade do toque e da presença será sentida como experiência única, valorizada cada vez mais como fator importante e singular.

Ter condições de medir com exatidão a dinâmica da marca com seu consumidor, porém não esquecendo o fator subjetivo quer permeia todas as relações, será condição para existir na vida da audiência de maneira relevante.

As marcas não poderão somente estar nas prateleiras, no e-commerce, nas diferentes telas, na loja; as marcas precisarão existir para suas audiências, estar vivas de uma maneira realmente intensa.

Usar a visão estratégica do consumer insights e todas suas possibilidades para existir na vida dos consumidores será uma exigência de sobrevivência. Neste cenário não serão os mais fortes a sobreviverem, serão os mais inteligentes, assertivos e capazes de transformar a compreensão do comportamento do consumidor em uma existência de marca relevante e intensa para a audiência.

Definitivamente, 2020 será o ano que sua marca fará contato! Então, a grande pergunta que fica é: você está preparado para ele?

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