Seja um agente da transformação
Head de diversidade fala do papel dos líderes em levar a diversidade para o cliente e consolidar ações dentro das empresas
Head de diversidade fala do papel dos líderes em levar a diversidade para o cliente e consolidar ações dentro das empresas
A diversidade possui um efeito muito maior do que se tem debatido (Créditos: Sharon McCutcheon/Pexels)
Que legado queremos deixar depois de toda essa conversa sobre diversidade nas empresas? Já sabemos que não basta contratar, é preciso incluir e proporcionar um ambiente seguro para pessoas de grupos sub-representados e, além disso, promover ações afirmativas que possam gerar a mudança da cultura organizacional. Ponto.
Para além desse esforço, empresas de comunicação, especialmente agências de propaganda, têm a oportunidade de dar visibilidade a esses mesmos grupos sub-representados, a partir da ferramenta que têm na mão: anúncios, filmes, posts, mensagens de comunicação. Protagonistas pretos nas peças podem fazer com que a sociedade enxergue de forma diferente o preto que ela encontra na rua, sem pensar que ele é alguma ameaça. Só que, para isso acontecer, as lideranças precisam estar comprometidas com a transformação e, ainda por cima, enfrentar o monstro de levar a diversidade para o cliente.
É aí que entra o líder agente da transformação. Não tem para ninguém, é ele que vai fazer o papel de propagador da diversidade e defensor da ideia, da campanha, do conceito alinhados com a inclusão. É ele que precisa ter letramento para defender o protagonista preto, se for necessário, da mesma forma que defende a cor azul no layout dele. Ter conteúdo para construir argumentos que embasem a diversidade nas peças e não simplesmente usar a diversidade porque é a conversa da hora. Quem apresenta uma campanha tem de saber os conceitos da inclusão, o que é racismo estrutural, como vai criar aquela mensagem para que converse também com uma pessoa com deficiência ou com mais de 50 anos. E, para isso, o líder tem de sair da sua bolha.
Sair da bolha é olhar pro lado, perguntar, acolher. Perguntei hoje numa reunião de líderes: alguém aqui já foi a um baile charme? Tá cheio de publicitário preto nos bailes, nas quebradas, nos lugares com os quais a gente se identifica e encontra outros pretos como a gente. Se você não vai lá e não pergunta, fica difícil adentrar outras bolhas. Quantas conversas sobre diversidade você já teve com sua equipe? Sabe se quem é de grupo sub-representado está confortável, entendendo seu espaço e achando que o ambiente é acolhedor e sem comportamentos preconceituosos?
Nessa jornada, são muitos os aliados que a gente vem colhendo para a luta.
Invista numa liderança diversa, o resultado positivo certamente virá. Mas, se a sua empresa não tem líderes pretos, com deficiência, com mais de 50 anos, da comunidade LGBT+ e de outras verticais da nossa sociedade, está na hora de olhar pro lado, fazer um censo, colocar a diversidade na pauta. E seus líderes atuais precisam urgentemente, no mínimo, virar agentes da transformação.
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