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A jornada da centenária marca de mídia é emblemática, ao desvendar caminhos interessantes para grandes marcas tradicionais do jornalismo


26 de fevereiro de 2018 - 15h07

Créditos: iStock-CatLane

Enquanto as plataformas sociais enfrentam a maior crise de imagem de suas já não tão breves histórias, emparedadas por setores da sociedade como governos e grandes empresas, uma centenária marca de mídia embarcou numa sequência de notícias positivas que servem como inspiração.

Sob os holofotes desde que foi comprado em 2013 pelo dono da Amazon e atual homem mais rico do mundo, Jeff Bezos, o The Washington Post tornou- se um sucesso de crítica tanto por seu respeitável passado quanto por seu potencial futuro.

Concorrente ao Oscar de Melhor Filme, The Post – a Guerra Secreta exalta a postura do veículo e de sua proprietária e publisher, Katharine Graham (interpretada por Maryl Streep, também indicada ao Oscar de Melhor Atriz), durante o episódio conhecido como Os Papéis do Pentágono, que revelavam o fracasso inevitável da campanha dos Estados Unidos na guerra do Vietnã.

A obra é uma ode ao legado do centenário Post para o jornalismo independente, mas também ao compromisso de qualquer empresa com seu propósito original e com o público ao qual realmente serve — no caso do Post, os seus estimados leitores e a própria sociedade, cujo direito à verdade fora privado pelo governo americano.

Já a indicação, na semana passada, como oitava colocada dentre as 50 empresas mais inovadoras do mundo pela Fast Company ressalta a importância do projeto concebido por Bezos na descoberta de caminhos longevos para o futuro dos jornais e das companhias que os controlam.

A jornada do Post é emblemática pois pode desvendar caminhos interessantes para outras grandes marcas tradicionais do jornalismo. A cultura da empresa, ávida por testar e compartilhar as experiências que dão certo, pode facilitar esse processo

A presença na cultuada lista anual da publicação americana especializada em inovação e empreendedorismo foi justificada, principalmente, pela cultura similar à de uma empresa de tecnologia, em duas frentes: pelas experiências do Post na busca por novos modelos de negócios e pela forma disruptiva como estrutura e compõe sua redação quanto ao perfil dos profissionais desejados e suas responsabilidades, para construir um relacionamento relevante com a audiência.

Essa é uma condição sine qua non para sucesso nesse setor ontem, hoje e provavelmente amanhã seja qual for a sua forma. A sensação de ser parte de um projeto com ambições nobres e legítimas é um combustível único para grandes conquistas e para a atração de novos talentos — além de material raro nos últimos tempos na imprensa tradicional.

“Comparando com outras redações, sinto que há um clima de que as coisas melhoraram por aqui e que vão continuar melhorando. Isso acaba transparecendo na maneira como as pessoas lidam com o trabalho. Elas estão genuinamente empolgadas de participar disso porque acreditam que estão contribuindo com algo importante e podem ver os resultados do que estão fazendo”, disse Jeremy Gilbert, diretor do Post para iniciativas estratégicas, em entrevista à Fast Company, que destacou também o fato de o Post ter desenvolvido uma ferramenta própria de gerenciamento e publicação de conteúdo online, que pode ser contratada por outros veículos.

A jornada do Post é emblemática pois pode desvendar caminhos interessantes para outras grandes marcas tradicionais do jornalismo. A cultura da empresa, ávida por testar e compartilhar as experiências que dão certo, pode facilitar esse processo.

Com esse espírito colaborativo, as páginas, o site e as redes de Meio & Mensagem serão tomadas nos próximos dias pelo que há de mais interessante e inovador no universo da comunicação e do marketing. A partir desta segunda-feira 26 de fevereiro, os editores Igor Ribeiro e Sérgio Damasceno, diretamente de Barcelona, farão uma cobertura especial do Mobile World Congress, o maior evento de conectividade do planeta. Na sequência, já em março, uma equipe de seis jornalistas embarca para Austin para reportar tudo o que acontecerá na edição 2018 do SXSW.

Ao todo, serão cinco semanas seguidas com a missão de descobrir as melhores histórias e oferecer insights valorosos e análises com profundidade.

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