Todo mundo tem o poder de mudar o País
As corporações devem sair do discurso, no que diz respeito ao ESG, e investir em ações concretas com propósito e transparência
As corporações devem sair do discurso, no que diz respeito ao ESG, e investir em ações concretas com propósito e transparência
Em 1994, Ayrton Senna compartilhou com sua irmã, Viviane, a vontade de fazer algo grande pelo futuro dos brasileiros. O objetivo dele era oferecer oportunidade para que crianças e jovens desenvolvessem seus potenciais por meio de uma educação pública de qualidade. Naquela época ainda se falava em assistencialismo, caridade e filantropia – o apoio via doações e ações diretas.
Aquela conversa entre dois irmãos ganhou novas proporções, amadureceu e facilitou o diálogo entre instituições com propósito. A filantropia passou ser reconhecida como ação de responsabilidade social corporativa e o que era caridade se tornou um diferencial competitivo.
Desde então, o Instituto Ayrton Senna apoiou 25 milhões de estudantes e mais de 230 mil educadores em todo o país com programas educacionais inovadores. O Instituto ainda estreou muitas outras conquistas, como a implementação de indicadores objetivos de avaliação da educação, a exemplo do IDEB (Índice de Desenvolvimento Da Educação Básica) e mais recentemente a inclusão da educação integral na Base Nacional Comum Curricular.
Sabemos que não é todo mundo que tem a possibilidade de criar e se dedicar integralmente a ações de impacto social. Ao mesmo tempo, como aponta uma pesquisa da Ipsos, cresce o número de pessoas atentas às consequências do consumo e dispostas a ajudar na construção de valores que beneficiam a sociedade e o planeta como um todo.
Por isso, ao longo de 26 anos, o instituto fomenta também a evolução de iniciativa que permitem o engajamento das pessoas em causas relevantes. Assim, todos têm a oportunidade de contribuir para que o futuro não seja apenas um lugar para onde vamos, e sim um lugar que estamos construindo juntos.
Uma das primeiras ações desse formato foi a parceria com o Banco Itaú, que criou o Instituto Ayrton Senna Itaucard, cartão de crédito que destina um valor para a educação pública a cada transação realizada, sem gerar custos ao cartonista. O cartão é um dos primeiros produtos sociais do Brasil, e neste mês completa 25 anos.
Outro exemplo é o McDia Feliz, que aconteceu no último sábado (23). A ação é promovida pela Arcos Dorados e reverte a venda de sanduíches Big Mac para as causas da educação e saúde infanto-juvenil. Nessa ação, tíquetes antecipados são vendidos e revertidos diretamente ao Instituto Ayrton Senna. Além da venda direta, empresas podem adquirir lotes de tíquetes para a realização de ações de marketing relacionado à causa, conectando o propósito da companhia com a causa da educação.
O mundo corporativo encaixa essas ações na frente “social” no famoso tripé de sustentabilidade, reembalado mais recentemente com a sigla ESG, que no inglês representa a Responsabilidade Corporativa com o Meio-ambiente, com o Social e com a Governança. E tudo aponta que as próximas décadas serão marcadas cada vez mais por esse movimento entre investidores, gestores e consumidores em busca de empresas ativistas e defensoras da sociedade.
Diante dessa realidade, as corporações devem sair do discurso e investir em ações concretas com propósito e transparência. Em um mundo cada vez mais conectado e engajado, isso não é mais considerado diferencial, mas uma questão de sobrevivência de marca. E o terceiro setor pode ser o melhor aliado das empresas para colocar as ações de responsabilidade corporativa em prática.
O Instituto Ayrton Senna nasceu há 26 anos de uma conversa entre dois irmãos. De lá para cá, transformou a vida de milhões de brasileiros graças ao apoio de pessoas engajadas. Mas o engajamento só acontece quando tocamos o coração das pessoas. Ao longo de todo esse tempo trabalhando pela educação pública, nunca ouvimos uma pessoa sequer, física ou jurídica, discordar da afirmação “educação é a melhor forma de melhorar o país”. Nosso papel também é construir a ponte para que, além de concordar, todos possam agir para empurrar a fronteira da educação.
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