Transformação digital no marketing: uma jornada nada trivial
É preciso sair da zona de conforto, acertar a mão no lead digital e desconfiar de fórmulas mágicas e ganhos rápidos
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Quando iniciei minha trajetória em comunicação no século passado, uma máxima permeava o mercado: uma empresa não precisa apenas imprimir sua marca no jornal para passar sua mensagem. Ao longo do tempo, a comunicação digital ganhou força e essa visão segue sendo verdadeira. Sempre tive a certeza de que o papel não ia acabar. Seu uso seria reduzido, mas o digital teria mais notoriedade já que a impermeabilização desse canal é grande e a transação de ideias praticamente beira a velocidade da luz.
O digital traz a ideia de aldeia global, uma tribo única. É onde podemos nos comunicar com todos ao mesmo tempo. Nos anos 1990 já falávamos isso. Eis que surgiu o Facebook e essa visão foi amplificada. A transformação do marketing vem apoiada no digital e ainda nas redes sociais, que aproximam marcas dos consumidores e ajudam a entender melhor seus gostos.
Do último ano para cá, em plena pandemia, transformações engavetadas ou que demorariam anos para acontecerem, foram aceleradas e concluídas em meses. O trabalho remoto tomou conta do mercado, além da videochamada, a diminuição do e-mail, a utilização do WhatsApp e o crescimento do ensino a distância.
Esse cenário mostra como as empresas tiveram e ainda têm de se reinventar o tempo todo. E essa missão nem sempre é trivial. É preciso sair da zona de conforto e, mais do que isso, acertar a mão no lead digital. Antes, tínhamos o olho no olho de eventos, de encontros presencias. Agora não. E isso torna o contexto muito mais difícil do que parece.
Sempre falamos de trabalhar com dados e confesso que fui obrigado a fortalecer este lado no último ano. Tudo isso precisa estar integrado à tecnologia para não se perder nenhuma parte da estratégia.
Abracadabra?
Aprendi nesse tempo que é preciso desconfiar de fórmulas mágicas e ganhos rápidos. Hoje, o que vale são testes rápidos e validações, ao melhor estilo startup. Além disso, a tão falada e sonhada diferenciação no mar digital, repleto de peixinhos e muitos peixões, acontece se, de fato, a empresa se aprofundar na análise da persona, entende de verdade com quem está falando com o agravante de saber que não necessariamente as suas personas são as mesmas em todos os canais. Também é preciso diferenciar o seu conteúdo, criando atenção e engajamento.
Outro ensinamento dos novos tempos é sobre os objetivos. Entendi que eles não mudam, mas as táticas, sim. É preciso ouvir os outros, mudar rapidamente. No digital, não dá para olhar os resultados depois de um mês e alterar a rota. Esse exercício é quase que diário.
Uma nova fronteira
Várias tendências tecnológicas vão seguir desafiando o marketing, como a inteligência artificial, que chegará com força total nos próximos anos e contribuirá para uma nova fronteira de automação e análise de dados. Os algoritmos de predição também vão contribuir para as réguas de relacionamento, tornando-as mais automatizadas.
O cenário pós-pandemia acena no marketing com muitos dispositivos de internet das coisas (IoT) e o uso massivo da voz. Vamos observar a reinvenção de plataformas sociais, que migrará da timeline para grupos mais restritos – fenômeno que já estamos acompanhando no Facebook e mais recentemente no ClubHouse. Os assistentes de voz vão ganhar impulso, desde que deixem de ser ilhas de conteúdo, e o já conhecido Search Engine Optimization (SEO) continuará sendo importante nessa era.
Uma coisa é certa: não há águas calmas no marketing quando falamos do futuro. Mas toda essa movimentação é extremamente vantajosa para as empresas, que terão de ser criativas e cada vez mais humanas e relacionais, e os clientes.
**Crédito da imagem no topo: ivanastar/iStock
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