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Opinião

Você está preparado para fazer publicidade para IA?

As IAs são ferramentas capazes de associar e cruzar inúmeras informações que estão espalhadas no mundo para obter um determinado resultado ou executar determinada tarefa


8 de agosto de 2024 - 14h00

Em meio ao avanço do uso da Inteligência Artificial pelos mais diversos setores, aos embates sobre os prós e contras, os riscos e as oportunidades desta tecnologia, e após percorrer várias capitais brasileiras para tratar do tema em palestras e eventos, uma questão tem chamado a atenção das pessoas: daqui a cinco anos, não faremos publicidade para as pessoas, mas para as IAs de cada uma delas.

Sim. Não sei se os profissionais da indústria da comunicação já se deram conta de que as Inteligências Artificiais serão individualizadas e acessíveis para grande parte da população brasileira e mundial, indo muito além do uso pontual e geral dessas ferramentas.

Qual é movimento de evolução do uso da IA que pode nos levar a isso? Voltando umas casinhas atrás, a transformação digital no Brasil se iniciou em 1990, com a abertura do mercado brasileiro à importação de produtos. A partir daí muita coisa mudou. As indústrias iniciaram o processo de automação na linha de produção, as produtoras de áudio e vídeo trouxeram vários programas de pós-produção, entre tantos outros avanços tecnológicos que elevaram o nível da publicidade brasileira.

A partir daí e até 2022, todos os softwares foram desenvolvidos, ou melhor, programados sob o sistema binário (zero, um, um zero e as infinitas combinações desses dois números). Assim, um excel sempre foi um excel, e todos os programas de computador são programados para determinada função ou tarefa.

No campo concorrencial, vemos inúmeros softwares programados e vendidos no mercado para executar infinitas tarefas a que se propõem. Qualquer empresa pode adquirir um determinado programa computacional e se igualar a um concorrente que também tem o mesmo programa. Esse é o pensamento binário de gestão.

Contudo, daqui para frente não será mais assim. Não haverá programação binária para que determinado software execute determinada tarefa. As Inteligências Artificiais vieram para enterrar os programas binários desenvolvidos até hoje.

As IAs são ferramentas capazes de associar e cruzar inúmeras informações que estão espalhadas no mundo para obter um determinado resultado ou executar determinada tarefa. Muito próximas de como funciona o cérebro humano, as IAs fazem o cruzamentos de trilhões de informação para responder as perguntas que um ser humano faz. O “input” ou “prompter” que o ser humano executa para a IA é suficiente para que ela comece a funcionar.

Em uma corrida frenética ao redor do mundo, empresas estão testando e tentando emplacar IAs em todos os seus sistemas: OpenAI, Google, Microsoft, Amazon, universidades, empresas farmacêuticas, e tantas outras. O que está acontecendo é um fenômeno importante para todos nós. Ter uma IA vai custar muito menos do que se imaginava há quatro anos. Quanto mais empresas lançam no mercado produtos e serviços com IA, mais barato ela se torna.

Lembrando que os pacotes de internet e smartphones custavam uma fortuna há cinco anos, quando apenas 22% da população tinha smartphones. Hoje todos os aparelhos em mãos dos brasileiros são smartphones, e eles não custam muito.

O mesmo vai acontecer com as IAs. No início, apenas 22% da população terá sua IA pessoal e personalizada. E sabe por que todos irão se permitir ter uma IA? Porque ela vai facilitar as nossas vidas, assim como o celular faz parte do nosso dia a dia. Não foi o celular que bateu na porta da pessoa para entrar em sua vida, mas a pessoa é que permitiu que ele fizesse parte dela. É o que vai acontecer com a IA. Da mesma forma como damos nome ao nosso pet, daremos nomes à nossa IA.

Por que isso vai acontecer e será logo? Hoje a compra de um determinado produto a partir de uma pesquisa de qualidade demora entre 15 e 20 minutos (no impulso e sem exigência), até um dia dependendo da exigência do consumidor. Para exemplificar como é feita a pesquisa de compra de um produto, vamos considerar uma bolsa feminina de tamanho médio, preço médio, com opção de alça ou sem alça, que não contenha produto de origem animal, seja produzida com materiais recicláveis, e seu fabricante respeite a diversidade e tenha governança ESG. Imagine quantas pesquisas você terá que fazer para identificar essa bolsa? Você pode escolher aquela que gosta, mas se, ao pesquisar sobre a empresa, percebe que ela não tem governança ESG, terá que voltar à tela inicial para escolher outra bolsa, e provavelmente essa segunda também não estará de acordo com as suas exigências.

Com a IA, a partir de um único comando (hoje por prompter, mas em breve será por voz), você determina todas essas características, e em três segundos ela traz três opções possíveis, basta simplesmente escolher. Com o tempo, ela vai aprendendo com você, e você vai entendendo como ela funciona, estabelecendo-se uma relação de confiança. Levará então apenas alguns instantes para que ela faça parte da sua vida.

E a questão que surge a partir daí é: você vai fazer publicidade para as pessoas ou para as IAs das pessoas? A segunda opção será muito mais efetiva e assertiva.

Por isso, costumo recomendar: comece a usar IA agora para que você não saia do mercado de trabalho daqui a cinco anos, pois IA não se adquire pronta. Ela será inteligente se você ensiná-la a ser inteligente. Perguntas burras, trazem respostas burras. Entendendo que a IA não erra, quem erra é você, que não soube fazer a pergunta certa ou que ficou relutando em iniciar sua trajetória da Inteligência Artificial.

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