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Whirlpool: as estratégias por detrás do sistema de logística reversa

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Whirlpool: as estratégias por detrás do sistema de logística reversa

O sistema proprietário da empresa a nível nacional é voltado para o descarte de eletrônicos e eletrodomésticos de qualquer marca; Douglas Reis, diretor de assuntos regulatórios e ESG da Whirlpool para América Latina, comenta sobre o projeto e compromissos com a agenda

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30 de novembro de 2023 - 6h03

Levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU) revela que apenas 3% do lixo eletrônico da América Latina são descartados de maneira correta.

Assim, com atuação na agenda ESG há mais de seis décadas, a Whirlpool apresentou, em outubro,  sistema proprietário de logística reversa a fim de reforçar os compromissos ambientais, sociais e de governança.

Descarte para quaisquer marcas

Ainda que a companhia seja detentora de marcas como Brastemp, Consul, KitchenAid, Compra Certa e B.blend, a iniciativa – que abrange todo o Brasil – é aberta a descarte de itens de qualquer marca.

Até o final do ano, há a previsão de destinar 6% do total de produtos inseridos no mercado em 2018.

Dessa forma, daqui a dois anos, em 2025, a Whirlpool Corporation pretende alcançar 17% de recolhimento.

Assim, entre as ações que a empresa já tem para lidar com resíduos está a gestão do tema desde 2015. Com isso, houve o atingimento da meta Zero Resíduos para Aterro no Brasil.

douglas reis whirlpool

Douglas Reis, diretor de assuntos regulatórios e ESG da Whirlpool para a América Latina (Crédito: Divulgação)

Douglas Reis, diretor de assuntos regulatórios e ESG da Whirlpool para América Latina, aponta o background do sistema, questões de regulação no Brasil, contribuições em termos de branding e responsabilidade corporativa na conscientização.

A criação do sistema de logística reversa

Meio & Mensagem – O que motivou a Whirlpool a desenvolver seu sistema próprio de logística reversa? Como foi o processo de idealização e viabilização do projeto?
Douglas Reis – Sobre a logística reversa, no Brasil, a coleta seletiva de plásticos, vidro, papel e papelão é de certa forma uma realidade, também já vemos alguma maturidade em relação ao descarte de lâmpadas, pilhas e baterias, mas ainda não há uma cultura do descarte ambientalmente adequado de eletroeletrônicos, especialmente os de grande porte como eletrodomésticos.

Aderência do tema

Ademais, na Whirlpool, já atuamos no tema desde 2011 quando participamos de um modelo coletivo. Ganhamos experiência e decidimos pelo desenvolvimento de um sistema proprietário agora em 2023.

Nesse contexto, para criação do nosso sistema, realizamos estudos de mercado e sobre a aderência do tema no País, mapeamos potenciais parceiros e desenhamos a plataforma, sempre tendo como premissa a necessidade de atender à legislação vigente.

Descarte adequado

Com o nosso sistema próprio de logística reversa de eletroeletrônicos, oferecemos aos consumidores o serviço de descarte ambientalmente adequado destes produtos ao final da vida útil, de qualquer marca ou tamanho, gratuitamente, em todo o território nacional.

Por meio do sistema, o consumidor poderá optar pelo descarte de duas formas: a primeira é para produtos com peso inferior a 30 kg, que podem ser descartados em um dos mais de 11 mil pontos de coleta do sistema distribuídos no Brasil.

A segunda é para produtos com peso superior a 30kg, na qual oferecemos a coleta domiciliar gratuita.

Modelo coletivo

Mas, vale ressaltar que acreditamos no modelo coletivo para o tema pois, de fato, é preciso somar esforços, mas, neste momento, termos um sistema próprio faz parte da estratégia de darmos celeridade e protagonismo para transformar a realidade, construindo um mundo mais responsável para as comunidades, consumidores e as gerações que vão chegar.

M&M – Quais são os desafios de se criar um sistema proprietário do tipo, em vez de terceirizá-lo, por exemplo?
Reis – É um desafio, pois somos pioneiros em realizar a logística reversa de produtos de grande porte, com coleta domiciliar e abrangência nacional, de forma totalmente gratuita, mas também é um diferencial e que reforça o compromisso da Whirlpool com a agenda ESG e em ter foco no consumidor.

Pioneirismo no legado

Dessa forma, esse pioneirismo está também no legado da Companhia frente aos temas ESG, que fazem parte da nossa história há mais de seis décadas, quando essas práticas ainda não estavam em pauta.

Destaco também que o sistema conta com a expertise da Circular Brain, empresa que faz a operacionalização do programa e nos ajuda na escalabilidade nacional do serviço, inclusive com a garantia de licenciamento de todos os operadores da rede para realizar a destinação ambientalmente adequada dos produtos eletroeletrônicos, seguindo a legislação ambiental aplicável.

M&M – Por que a decisão de abrir a iniciativa para incluir o descarte de produtos de outras marcas, não só as da companhia?
Reis – O objetivo é oferecer a solução adequada para o descarte ambiental, contribuindo para a celeridade do tema no País e em prol do meio ambiente.

E, para cumprir com esse objetivo de forma ampla, o sistema funciona de maneira que não seja necessário atrelar à compra de um novo produto, que não haja distinção de marca, e que se recolha qualquer equipamento eletroeletrônico, de todos os portes, gratuitamente, para realmente estimular o consumidor nesse processo.

A agenda ESG da Whirlpool Corporation

M&M – O projeto em si está alinhado com a agenda ESG da companhia, bem como com os ODS da ONU. De que forma a iniciativa no Brasil se alinha com a estratégia global para promover a economia circular e minimizar o impacto ambiental de suas operações?
Reis – Divulgamos as ações em ESG anualmente em nosso relatório global de sustentabilidade.

Por exemplo, atingimos em todas as nossas unidades pelo mundo a meta de Zero Aterro para Resíduos, temos o compromisso de ser net zero em todas as operações no mundo até 2030, assinamos o CEO Water Mandate da ONU com o objetivo de avançar na gestão de água.

Além disso, participamos do Pacto Global da ONU, com compromisso de contribuir para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Economia circular

A propósito, falando especificamente das práticas de economia circular e do lançamento de um sistema próprio de logística reversa, a Whirlpool no Brasil serve de exemplo para as demais regiões da companhia.

Ademais, é claro que é preciso levar em conta as especificidades e as regulações locais, mas as trocas estão sendo ricas e será muito importante poder compartilhar todo o processo e resultados que estamos tendo com esse lançamento.

M&M – No contexto da economia circular, de que maneira a Whirlpool implanta novas tecnologias e a inovação na cadeia de suprimentos?
Reis – A Whirlpool busca implementar tecnologias na cadeia de suprimentos para otimizar a logística de novos produtos e de nosso sistema individual de logística reversa. Os processos acontecem de forma separada.

De forma geral, tecnologia e inovação trazem novo olhar e auxiliam na tomada de decisões e em implementações de melhorias.

Ademais, especificamente para a logística dos produtos pós-consumo, contamos com a expertise e suporte da Circular Brain, parceiro responsável pela operacionalização do descarte de eletroeletrônicos.

Nesse processo, utilizamos sistemas de rastreamento para monitorar o retorno dos produtos e plataformas digitais para gestão eficiente da destinação ambientalmente adequada dos materiais. Essas iniciativas reforçam o compromisso com a agenda ambiental e a meta global de sermos net zero até 2030.

Compromisso corporativo na educação

M&M – Como a empresa promove a conscientização sobre a importância da logística reversa e do modelo de economia circular adotado?
Reis – Educação e letramento são essenciais para reforçarmos a responsabilidade das partes envolvidas na logística reversa em prol de um planeta melhor agora e para as futuras gerações.

Agenda ESG

Para isso, fomentamos as iniciativas presentes na agenda ESG da companhia.

Alguns exemplos são a gestão hídrica, eficiência energética e reciclagem e ações de responsabilidade social.

E divulgamos anualmente o relatório global de sustentabilidade para dar visibilidade às ações e reforçar o comprometimento ESG.

M&M – Qual é o papel da comunicação e do marketing com cunho educacional neste sentido?
Reis – Somos companhia global e no Brasil somos detentores de marcas – Brastemp, Consul e KitchenAid – icônicas e presentes em milhares de lares.

É nossa responsabilidade usar a visibilidade dar luz à existência de um sistema que facilita o descarte ambientalmente adequado ao final da vida útil.

Dessa forma, nos aliamos à comunicação.

Ainda, para educar e letrar os públicos, temos eventos e campanhas para que colaboradores atuem como “embaixadores” e nos deem visibilidade ao tema.

Jornada e consumidor

Assim, realizamos trabalho externo, com conteúdo nas redes sociais, influenciadores digitais e vídeos para mais informações sobre o sistema.

Mas, se trata de uma jornada e que precisa chegar mais no consumidor.

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