Se não há caminho certo para o futuro, qual o papel do líder neste trajeto?

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Opinião

Se não há caminho certo para o futuro, qual o papel do líder neste trajeto?

Criatividade e inovação sempre vêm de algum caos. O foco só surge com os aprendizados que colecionamos ao longo do percurso

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15 de fevereiro de 2024 - 10h28

Já parou para pensar como a popularidade de um conceito acontece? Pois bem, descobri que a Gartner já refletiu sobre isso. Quem conta essa história muito bem é a Chiara Martini, aqui no Meio e Mensagem. A partir do Ciclo do Hype da Gartner, Chiara analisa de maneira muito inteligente a quase onipresença dos assuntos de IA no universo da publicidade.

No entanto, ao ler o material dela minha reflexão me levou para outros lugares. Não vi só a curva que mostra a expectativa da maturidade de inovações tecnológicas. Vi também a medida da oscilação do entusiasmo das equipes e das lideranças ao lidar com assuntos novos.

Percebo isso no meu cotidiano. No IAB Brasil, sempre lidamos com uma pedreira nova, um assunto que o mercado ainda não domina, mas que vamos lapidando até chegar a uma pedra preciosa. Muitos dos temas inovadores passam por fases similares à essa do hype. Há um gatilho, seguido de altas expectativas, desilusões e aprendizados para finalmente encontrar uma aplicação válida e produtiva para o nosso setor.

Nesse vai-e-vem, entendo que tenho três papéis principais como liderança:
1) Detectar o gatilho da inovação, com ouvidos e olhos atentos ao mercado, acompanhando o que acontece em diferentes eventos e as opiniões a partir de diferentes pontos de vista;
2) Motivar meu time com entusiasmo e otimismo, porque sempre há um vale de desgosto logo adiante; e
3) Dar espaço para que as pessoas trabalhem nas inovações que vamos conhecer.

É como ouvi um futurista dizer: o papel da liderança é pedir o prato e não fiscalizar a cozinha. Nos cabe exercer nossa função de demandantes e acreditar que profissionais talentosos vão nos surpreender com soluções novas a partir das nossas provocações.

Esse “hype” que a gente cria propositadamente precisa de espaço e de tempo para que criemos algo inédito. Convidamos as pessoas a caminhar com empolgação em determinada direção sabendo o que vem adiante. Claro que expectativas altas demais uma hora vão cair. Só que sem motivação, quem é que sai de casa e vai atrás do novo, não é mesmo?

Assim que ficar comprovado que nem tudo que almejamos tinha fundamento, também caberá a nós iluminar os ânimos dessas pessoas para que elas usem o que aprenderam para “subir a ladeira” até que encontrem respostas produtivas.

Não é um processo confortável. Arrisco dizer que todo líder sabe que está apostando na confiança que as pessoas têm nele para levar seu time nesta montanha russa de emoções. Ao mesmo tempo, sei que não é fácil para as equipes lidarem com nossos pedidos para que se envolvam com temas que são caóticos e, por vezes, quase apocalípticos.

Nesse contexto, ao pedir para que se coloque a mão na massa, é importante também apoiar as ideias inovadoras e se envolver em questões que aparentemente “não nos pertencem”. Tem a ver com se dispor a deixar o papel de espectadores para sermos co-criadores das soluções do futuro.

Acho isso bastante justo. Não costuma ser legal ouvir reclamações de quem nem sequer se envolveu com o assunto antes. Nem combina com os valores do IAB Brasil ter uma postura de “engenheiro de obra pronta”, dando conselhos quando decisões estão tomadas.

Por isso, não ficaremos às margens, na expectativa de que “alguém” já esteja resolvendo a situação. Entendemos que a busca de soluções para a publicidade digital é uma responsabilidade coletiva. Tanto é que nos esforçamos em reunir os principais nomes do setor para discutir como construir esse futuro melhor para o nosso mercado.

E faremos isso nos apoiamos em alianças humanas fortes e na união das nossas capacidades. Contamos com a confiança dos associados, claro, e também apostamos muito no conhecimento deles, oferecendo recursos para que juntos transformemos a nossa realidade.

Foi assim quando chegou a internet, os buscadores, a publicidade online e as redes sociais. E tem sido assim com as limitações dos cookies de terceiros e as novas regulamentações.

Melhor do que pitacar em uma obra já pronta é poder se orgulhar de saber o motivo pelo qual cada tijolo está em seu lugar. Quem quiser vir com a gente, há sempre espaço para mais um na mesa do IAB Brasil. Só me procurar.

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