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Conversões com propósito

Utilizar dados primários permite personalizar ofertas, atendendo às necessidades específicas dos clientes

Tiago Dada

SEO e CRO manager na Cadastra 15 de dezembro de 2025 - 6h00

Conversões não são apenas métricas de desempenho. Elas refletem um propósito bem alinhado entre experiência do usuário, dados qualificados e relações de confiança. São elementos que, juntos, elevam a satisfação, reduzem o atrito e aceleram resultados sustentáveis.

Logo, investir na melhoria contínua da experiência do usuário vai além de apenas tornar um produto ou serviço fácil de usar. Trata-se de construir um relacionamento de confiança e empatia com o consumidor, garantindo que suas necessidades sejam consistentemente atendidas, e até superadas. Mas como entender as preferências dos clientes? Coletando e, principalmente, assimilando dados à cada ação ou decisão executada.

Dados confiáveis permitem diagnosticar onde o usuário encontra fricção, por que desiste e como pequenas intervenções podem impactar o caminho até a conversão. Os dados, sobretudo no que compete à first-party data, são essenciais para oferecer relevância personalizada, um fator crucial para elevar a confiança do consumidor. No mundo hiperconectado, a diferenciação significa compreender o cliente em um nível humano, integrando cada segmento da experiência com a marca.

Utilizar dados primários permite personalizar ofertas, atendendo às necessidades específicas dos clientes e aumentando as conversões de forma escalável. Fluxos simples, informações relevantes no momento certo e feedback imediato transformam incerteza em engajamento.

A confiança atua como o cimento entre UX e dados. Se por um lado a UX de alta qualidade, aliada ao uso estratégico de dados próprios, é a chave para construir e manter a confiança do cliente, por outro a confiança é fundamental para maximizar a lealdade do usuário e o LTV (Lifetime Value) no ambiente digital, de forma sistemática e duradoura.

Consumidores sobrecarregados de informações buscam decisões seguras. Já marcas que fornecem informações claras e relevantes conquistam sua lealdade. Estudos indicam que isso é um fator determinante na preferência prévia e intenção de recompra em ambientes digitais. Pesquisa da Salesforce, por exemplo, aponta que 88% dos consumidores consideram confiança decisiva para recompra.

Em outras palavras, podemos dizer que a confiança nasce de transparência. Usuários confiantes compartilham dados e completam ações com menos resistência. Lembre-se: práticas de design enganosas ou upselling agressivo podem prejudicar a satisfação e a retenção, minando a confiança dos clientes no longo prazo. A gestão transparente de preços é fundamental, especialmente em precificação dinâmica, já que clientes se sentem traídos ao descobrir que pagaram mais do que outros.

Para quem ainda não adotou uma abordagem orientada por dados, é essencial iniciar com uma estratégia focada na compreensão profunda do cliente e na personalização da experiência. De acordo com relatório da McKinsey, 71% dos consumidores esperam interações personalizadas, e 76% se frustram quando isso não acontece.

Além disso, realize pesquisas qualitativas e quantitativas para identificar as necessidades e expectativas dos consumidores. Analise também dados de UX, desempenho de ações de aquisição e interações diretas com o cliente para detectar pontos de atrito e padrões de abandono. Em paralelo, construa uma infraestrutura tecnológica robusta para coletar e proteger dados first-party e mapear o ciclo de vida do cliente, identificando os segmentos mais lucrativos.

Também é importante utilizar insights derivados dos dados para personalizar a comunicação e o timing das ações de marketing, assegurando que sejam relevantes e não intrusivas, como o envio de e-mails oportunos para reposição de produtos, baseados no histórico de recompra dos clientes. Essa abordagem não apenas melhora a satisfação do cliente, mas também fortalece a fidelização e impulsiona o crescimento sustentável da marca – sobretudo através da experiência que a mesma proporciona.

Sempre é importante ressaltar que a retenção de clientes é significativamente mais “econômica” do que a conquista de novos consumidores, essencial em um cenário de aumento dos custos de aquisição.

Em resumo, propósito orienta desempenho e a confiança é o solo firme onde cada decisão do usuário ganha vida. Se a experiência é previsível, transparente e respeita a privacidade, a propensão à conversão aumenta. Quando UX aponta o caminho, dados validam o percurso e a confiança sustenta a decisão de seguir adiante por longos períodos.