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SXSW

Cadê o seu segundo cérebro?

Talvez seu upload já tenha até começado


13 de março de 2024 - 14h47

Primeiramente, este texto tenta trazer palavras que acalmem aqueles que estão preocupados com o futuro pós-inteligência artificial. Em segundo lugar, sei que falharei. Pelo menos deixarei alguns ângulos positivos (ou provocativos) no ar.

Em uma das previsões sobre a nossa evolução no mercado de trabalho com as novas ferramentas que estão nascendo, um termo me pegou: já podemos criar um segundo cérebro para cada um.

Por mais 2050 que isso soe, é uma afirmação bem 2024 se você seguir o seguinte raciocínio: se a sua IA ouve as suas perguntas, “estuda” as suas áreas de interesse, lê os seus e-mails, sabe da sua agenda e por onde você anda, é justo afirmar que ela te conhece melhor que a maioria das pessoas.

Bem mais que os algoritmos dos Googles, Metas e afins que te recomendam uma máquina de lavar todos os dias após você ter pesquisado (e comprado) numa única tarde qualquer.

Voltando à analogia, criemos uma situação hipotética em que você recebe um e-mail com dúvidas sobre um projeto e um pedido de reunião. Sua IA provavelmente já saberá sanar algumas daquelas questões no corpo do e-mail, respondendo-o automaticamente com o seu jeitinho de escrever e também com uma sugestão de data para se falarem. Afinal, ela sabe da sua agenda.

Só nesse microexemplo, que certamente acontece algumas boas vezes no seu dia, você acabou de ganhar algumas valiosas horas graças ao seu segundo cérebro. E, quando digo ser uma situação hipotética, me refiro à maioria de nós – porque já é uma situação absolutamente prática em muitos lugares.

Ter essa sua segunda versão trabalhando por você deveria soar no mínimo animador. Já imaginar que ela se passa por você (e o outro lado de um e-mail, por exemplo, não perceberia) pode e deveria soar assustador.

Mas talvez seja apenas questão de tempo até normalizarmos esse novo ponto de disrupção. Ouvi que “gerentes não perderão seus empregos para a IA. Gerentes perderão empregos para gerentes que usam IA”.

Sem ingenuidade sobre todos os riscos e questões filosóficas que essas novas realidades nos trazem, acredito que cada um deveria estar minimamente preparado para essa transição.

Dos dois “gerentes” que citei acima, uma coisa posso garantir: um deles já começou a fazer o upload da sua segunda cabeça.

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