SXSW
SXSW e a oportunidade dos eventos corporativos
Tenho conversado com diversas marcas interessadas em se aproximar do público de entretenimento, mas ainda vejo muitas possibilidades inexploradas para o de eventos corporativos
Tenho conversado com diversas marcas interessadas em se aproximar do público de entretenimento, mas ainda vejo muitas possibilidades inexploradas para o de eventos corporativos
18 de março de 2024 - 16h07
Acabo de chegar de minha segunda edição do SXSW e ouvi de um colega que ficou por aqui: estão dizendo que SXSW é igual a crossfit, ninguém mais aguenta de tanto que estão falando disso. Foram mesmo muitos conteúdos em todas as redes, fotos do Harry em tempo real, artigos, grupos de WhatsApp, tudo isso antes mesmo de terminar o evento e os participantes poderem decantar e compartilhar suas conclusões e inquietações.
Mas dá pra entender o hype. Além do ótimo conteúdo, o evento teve recorde de público e a participação de brasileiros segue crescendo. Esse ano o Brasil foi o país com a maior delegação estrangeira presente, chamando a atenção dos palestrantes (vários brincaram com o tema), patrocinadores e até da prefeitura de São Paulo, que esteve presente com a bem organizada Casa São Paulo.
Como CMO da maior plataforma de eventos do Brasil, tudo me interessava lá. Mas me chamou a atenção o crescente sucesso do festival e a força da sua comunidade. Para além do conteúdo diversificado e relevante, o relacionamento e a comunidade foram destaque para os brasileiros neste ano. Em grupos de WhatsApp brazucas, desconhecidos trocavam todo tipo de ajuda, de dicas e companhia para quem foi só até remédios e resumos das palestras. Empresas como Globo e UOL criaram suas próprias comunidades no WhatsApp para compartilhar curadoria diária e fortalecer suas marcas no B2B e dar uma experiência diferenciada aos anunciantes. Uma crescente variedade de grupos (ou missões, como preferem ser chamados) ofereciam, além de curadoria e dicas, experiências exclusivas e oportunidades de networking qualificado, fazendo da temporada texana uma boa oportunidade para gerar negócios. Um grupo que no ano passado tinha 18 pessoas, esse ano levou 40 e chegamos a ver uma única missão brasileira com mais de 150 pessoas.
Tenho conversado com diversas marcas interessadas em se aproximar do público de entretenimento, mas ainda vejo muitas possibilidades inexploradas para o de eventos corporativos. Esse mercado vem crescendo e a enorme presença brasileira em Austin e o encantamento que demonstram com a experiência só reforça que há espaço para muito mais.
Muita gente comentou que o SXSW deveria vir para o Brasil, como fez na Austrália, assim como o Web Summit que desembarcou por aqui ano passado. Seria realmente ótimo, mas não precisamos esperar isso acontecer. Temos um ecossistema vibrante de inovação no país e muitos eventos de padrão internacional ocorrem aqui, como Rio Innovation Week, Rio2C, Hacktown, além de eventos segmentados como Expert XP e RD Summit que também contam com palestrantes dignos de SXSW, só para citar alguns disponibilizados na Sympla recentemente. Convido todos, tanto quem foi quanto quem ficou com vontade de ir ao SXSW, para conhecerem e aproveitarem esses e tantos outros eventos brasileiros para construir ou fortalecer novas conexões e aguçar a mente para construirmos juntos o futuro que tanto nos encanta em Austin.
É através da participação dos brasileiros e das marcas que nossos eventos vão crescer ainda mais em quantidade e qualidade, como vem ocorrendo com o SXSW desde 1987, gerando insights, oportunidades de negócio, conexões e uma comunidade perene e cada vez mais forte que vai durar muito mais que 10 dias de sonho.
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