SXSW24 começa com encontro entre poesia e ciência no palco
Tudo costuma começar com uma palestra inaugural bem inspiradora; e no SXSW desse ano, que conta com 30% dos inscritos de fora dos EUA, não foi diferente
Tudo costuma começar com uma palestra inaugural bem inspiradora; e no SXSW desse ano, que conta com 30% dos inscritos de fora dos EUA, não foi diferente
9 de março de 2024 - 14h56
Em sua tradicional fala na abertura oficial do evento, Hugh Forrest, presidente e head de programação do festival, tentou tranquilizar os presentes, defendendo que o JOMO (“joy of missing out”) deve prevalecer sobre o FOMO (“fear of missing out”). Algo que é praticamente impossível da gente conseguir com quase uma dezena de palestras e sessões interessantes rolando simultâneamente múltiplos lugares diferentes. A gente fica o tempo todo aqui tentando lidar com essa dolorosa sensação que está perdendo alguma palestra bem legal em outro lugar que não o que você está naquele momento.
Tudo costuma começar com uma palestra inaugural bem inspiradora. E no SXSW desse ano, que conta com 30% dos inscritos de fora dos EUA, não foi diferente, tendo a poetisa Ada Limón como primeira palestrante. Ada foi convidada pela NASA para escrever um poema novo e exclusivo para viajar 1.8 bilhões de milhas até as luas de Júpiter. A escritora falou sobre como a poesia e a arte podem ajudar a gente a navegar pelos mistérios do universo, melhorar a nossa compreensão da curiosidade e da descoberta, nos conectando entre humanos em um nível mais profundo.
Na sequência, Ada recebeu no palco Lori Glaze, cientista-chefe da NASA, para conversarem sobre a conexão entre arte e ciência. E presenciamos ali um papo sobre humanidade, arte, tecnologia e o mundo natural. Ada e Lori enfatizaram a importância da colaboração entre artistas e cientistas para nos ajudar em nossa busca coletiva por conhecimento e compreensão do mundo à nossa volta. Falaram sobre o papel da curiosidade, do espanto e da perseverança necessária em projetos tanto de arte como na exploração espacial. Ambas enfatizaram, cada uma a partir da sua própria perspectiva, a importância de se abraçar o fracasso como uma parte necessária do processo criativo e destacaram a incrível capacidade humana de se aventurar rumo ao desconhecido, seja através da poesia ou da exploração científica. Em determinado momento, Lori explicou que a poesia ajuda a ciência a se expressar e tocar o coração das pessoas, comunicando ideias que geralmente são bastante complexas, para públicos diversos.
Confesso que foi muito legal poder presenciar esse encontro entre uma poetisa e uma cientista da Nasa no palco principal do Southby. E ver como alguns temas perpassam fortemente duas disciplinas aparentemente tão distantes. Me fez pensar em como, nas voltas que o mundo dá, as coisas se encontram em determinado ponto. Por mais diferentes que possam parecer. Por mais divergentes que possam ser. O universo parece atuar para que as coisas não apenas se encontrem mas que além disso estabeleçam uma comunhão improvável entre elas.
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