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Barbie e Beyoncé: os novos mantras da inovação e diversidade

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Opinião

Barbie e Beyoncé: os novos mantras da inovação e diversidade

No universo das marcas, a inspiração para o novo vem da cultura pop


14 de março de 2024 - 15h23

No contexto das marcas e do entretenimento, a diversidade conectada à inovação tem sido um tema-chave na concepção e na execução de projetos “fora da caixa”, presente em muitos briefings. Lembro-me sempre de observar as campanhas publicitárias com a perspectiva de: onde está a diversidade no que diz respeito à representatividade e, anos depois, à interseccionalidade? No campo do marketing, é crucial destacar que o mantra de que as marcas precisam estar alinhadas com as necessidades e desejos de seus clientes está se tornando cada vez mais desafiador, granular, valioso e verdadeiro. Agora, qual é a relação entre inovação e diversidade? Trago aqui dois casos que se conectam à questão de gênero e ao mesmo tempo ilustram bem essa conexão.

Em 2023, o cinema experimentou um ano positivo, pós-pandemia, destacando-se tanto criticamente quanto comercialmente. O filme “Barbie” se destacou, gerando debates e opiniões sobre suas mensagens feministas, política comercial e recepção no Oscar. Ao transcender a adaptação de uma boneca icônica para a tela grande, o filme traz discussões sobre gênero, identidade e a pluralidade do ser, apresentando uma narrativa que desafia estereótipos e convida à reflexão.

A estratégia de marketing 360° da obra, abrangendo desde teasers e campanhas nas redes sociais (com direito a muitos memes) até experiências imersivas – que incluíam embalagens gigantes em forma de cabines para que os frequentadores dos cinemas pudessem entrar e tirar fotos como se fossem a própria Barbie –, demonstrou como uma comunicação integrada e diversificada pode amplificar o alcance de uma mensagem, engajando o público em um diálogo mais amplo sobre questões sociais.

O segundo caso aborda a vinda de Beyoncé ao Brasil, com uma breve aparição em Salvador durante a pré-estreia do filme “Renaissance: a film by Beyoncé”. Antes de sua chegada, especulações foram alimentadas, incluindo a presença da diretora da organização filantrópica BeyGOOD, Ivy McGregor, em um show de Ivete Sangalo no Maracanã.

O jato particular da cantora foi rastreado por milhares de fãs enquanto voava diretamente de Nova Jersey para Salvador. Beyoncé aumentou a expectativa postando um meme sugestivo em suas redes sociais. Seus cinco minutos no palco foram marcados por palavras de agradecimento aos fãs baianos pelo constante apoio ao longo dos anos.

Ao refletirmos sobre inovação, é essencial estar atento à otimização de processos e situações por meio da transformação digital, com as pessoas no cerne do êxito das mudanças positivas almejadas para o mundo. Nos dois casos mencionados, surge a indagação: em que medida a inovação, nesses dois contextos, incorpora conscientização, equidade e interseccionalidade, refletindo esses valores em cada interação do consumidor com as marcas?

A aparição de Beyoncé na cidade mais negra fora do continente africano confirma, de maneira contundente, a descentralização do eixo Rio-São Paulo. Além disso, ao destacar a importância da Bahia e expressar a conexão com valores como liberdade, beleza, alegria e resiliência durante o evento “Renaissance”, a artista ressalta não apenas a interseccionalidade, mas também uma tendência. Suas palavras enfatizam a diversidade e a riqueza cultural brasileira, reconhecendo e celebrando a representatividade do povo local.

A estratégia de comunicação da “Barbie” destaca um filme que cativou a atenção mundial, tornando-se tema em diversas partes do globo. Por outro lado, Beyoncé inova com maestria, adotando uma abordagem estratégica e minuciosa ao estar presencialmente, por minutos e de surpresa em Salvador para a pré-estreia de seu filme. Em meio a essa revolução, ela não apenas se destaca, mas redefine as regras do jogo.

Esses casos sublinham a importância de integrar a diversidade e a inovação nas estratégias de marketing, refletindo sobre como cada interação entre consumidor e marca pode ser uma oportunidade para promover valores de equidade e inclusão. Além disso, questionam até que ponto as marcas podem se associar à arte sem comprometer o cerne de suas mensagens, destacando a necessidade de uma análise crítica e equilibrada, que reconheça tanto as inovações quanto os desafios em um cenário cultural dinâmico.

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