Opinião WW

Do clique à conexão: como prosperar na era da intenção?

A história agora não é alcançar o maior número de pessoas, mas ativar relações relevantes e recorrentes que movem decisões e negócios

Luiza Maggessi

VP da PlayAction 11 de dezembro de 2025 - 10h09

(Crédito: Shutterstock)

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A transição da economia da atenção para a economia da intenção representa uma mudança estrutural no marketing e nas estratégias de construção de marcas. Na economia da atenção, o grande ativo era prender o olhar e o tempo do público em meio à avalanche de estímulos digitais. Marcas e criadores disputavam cada clique, baseando-se em métricas superficiais como visualizações e curtidas. No entanto, diante da saturação de conteúdo e da crise do excesso, esse modelo se esgota. O foco agora é captar a verdadeira intenção do consumidor e compreender o que ele realmente deseja, busca aprender ou quer comprar, e não apenas o que o faz pausar o scroll por alguns segundos.

Nesse novo contexto, a profundidade da relação entre marca e consumidor supera qualquer busca por amplitude efêmera. Hoje, as marcas precisam entender quais comunidades mobilizam, quais problemas resolvem e de que forma impactam o cotidiano das pessoas. Além disso, devem identificar que valores compartilham genuinamente com suas audiências.

Os negócios que prosperam na economia da jntenção dominam a arte de identificar padrões e sinais reais de intenção por meio de dados. As marcas precisam produzir conteúdo relevante, capaz de criar conexão autêntica com o público, além de gerar experiências personalizadas que atendam necessidades e desejos profundos, muito além da curiosidade superficial.

Toda essa mudança impacta a construção de negócios sustentáveis. Entram em cena fatores como coerência, propósito e sustentabilidade (em um sentido amplo, não apenas ambiental) para criar relações duradouras, baseadas em confiança e escolha. Tudo precisa ser intencional, gerando experiências alinhadas a valores comuns e tornando as empresas menos dependentes de algoritmos e mais protagonistas de suas próprias comunidades.

Vivemos uma era em que o marketing deve ser menos intrusivo e mais generativo: campanhas hiperfocadas, soluções sob medida e engajamento contínuo. A história agora não é alcançar o maior número de pessoas, mas ativar relações relevantes e recorrentes que movem decisões e negócios. Assim, as marcas constroem relevância e sustentabilidade ao longo do tempo, não como efeito colateral, mas como parte essencial do seu DNA.