Assinar

Como a relação das mulheres com seus corpos influencia na prática esportiva?

Buscar
Publicidade
Opinião

Como a relação das mulheres com seus corpos influencia na prática esportiva?

Que o ambiente esportivo pode ser hostil para mulheres, já sabemos. Mas agora há dados que mostram como elas estão distantes de se sentirem confortáveis com o esporte


15 de dezembro de 2023 - 8h29

(Crédito: Shutterstock/PeopleImages.com – Yuri A)

Muitas meninas abandonam o esporte ainda na adolescência, por não conseguirem lidar com as mudanças que seus corpos enfrentam em decorrência das práticas esportivas. 

Que o ambiente esportivo às vezes pode ser hostil para mulheres, isso já sabemos. Mas agora há dados que comprovam essa sensação e nos mostram como ainda estamos distantes de uma realidade em que as mulheres se sintam de fato confortáveis com a prática esportiva. 

Em uma parceria inédita e recente, duas gigantes se uniram para entender quais barreiras o esporte feminino ainda enfrenta. O movimento “Confiança Corporal no Esporte”, criado pela Nike e pela Dove, mostra números alarmantes do abandono do esporte por adolescentes. Cerca de 45% das meninas entre 11 e 17 anos largam o esporte, número duas vezes maior que entre os meninos. E isso acontece por diferentes razões, que variam entre a falta de confiança em si mesma, por se sentirem objetificadas ou por ouvirem que não são boas o suficiente. 

Trazendo para a realidade brasileira, os números também assustam: 

– 41% das meninas que largaram o esporte dizem que se sentiram objetificadas enquanto praticavam esportes;    

– Apenas 58% das meninas brasileiras se sentem confortáveis com a aparência de seus corpos durante o esporte;  

– 31% das meninas (durante a prática esportiva) focam em questões que não estão ligadas às suas performances;  

– 88% afirmam que seus treinadores são a razão de se sentirem mais confiantes no esporte;   

– 89% das meninas acreditam que o esporte deveria ser mais inclusivo para garotas.  

De todos esses números alarmantes, um em especial chama muito a atenção: o fato de 88% acreditarem em seus treinadores para se sentirem mais confiantes. Aqui, para mim, há uma leitura muito clara de como o suporte e o apoio das bases esportivas são fundamentais para o sucesso feminino no esporte. Um ponto muitas vezes negligenciado e que poderia mudar a vida de muitas meninas. 

Movimento global “Confiança Corporal no Esporte”, criado por Nike e Dove (Crédito: Reprodução/Instagram)

Imagine uma menina de 12 anos que está dando seus primeiros passos na carreira esportiva e começa a enfrentar as mudanças naturais pelas quais seu corpo começa a passar. Se na base de seu treinamento há uma mulher preparada para aconselhá-la e guiá-la nessa fase, as chances de sucesso e permanência dela no esporte aumentam significativamente. Agora, se nessa base existirem apenas treinadores masculinos, há chances enormes dessa menina sentir vergonha de suas mudanças, ou até de situações piores. 

A presença de mulheres nas bases dos esportes não é só urgente, como extremamente necessária para a continuidade das meninas no esporte. O apoio e incentivo que elas recebem são determinantes para seguirem ou não em frente. 

Ter marcas como Nike e Dove pensando nesse propósito pode mudar o jogo e a realidade do esporte feminino. Pensar em apoiar esse movimento, que tem tanto propósito e faz tanta diferença, também poderia estar no radar de marcas que tanto buscam se envolver no esporte. Patrocinar e apoiar jornadas transforma vidas e realidades e faz muito bem ao ambiente esportivo. 

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Como Rita Lobo fez do Panelinha um negócio multiplataforma

    Como Rita Lobo fez do Panelinha um negócio multiplataforma

    Prestes a completar 25 anos à frente do projeto e com nova ação no TikTok, a chef, autora e empresária revela os desafios de levar comida de verdade dos livros de receitas para outros espaços

  • Quais são as tendências de estratégia para 2025?

    Quais são as tendências de estratégia para 2025?

    Lideranças femininas de agências, anunciantes e consultorias compartilham visões e expectativas para o próximo ano