Opinião

O que formaturas ensinam sobre ciclos e estratégia de futuro

Ao longo de uma pós-graduação, os profissionais se tornam mais preparados para transformar aprendizado em impacto real

Cynthya Rodrigues

Business Development da GMD 26 de novembro de 2025 - 10h14

(Crédito: Shutterstock)

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2025 nos ensinou que o futuro não espera. Entre avanços tecnológicos, mudanças de comportamento e a aceleração da inteligência artificial, aprendemos a viver em modo de aprendizado contínuo. E é justamente nesse cenário dinâmico, desafiador e cheio de possibilidades que uma formatura deixa de ser o fim de um ciclo e se torna o início de uma nova fase: a da aplicação, da experimentação e da liderança.

Como professora da pós-graduação em Game Business da ESPM e mentora no Overbite, o núcleo de games e Esports da instituição, tenho o privilégio de acompanhar de perto novas gerações de talentos, que enxergam o futuro com outros olhos. Esses alunos vivem o mercado de forma prática, conectada e colaborativa, e me lembram constantemente que o aprendizado é um ciclo contínuo, em que ensinar e aprender acontecem ao mesmo tempo.

Transformações tecnológicas, novas formas de consumo e de aprendizado e uma sociedade cada vez mais digital moldam os profissionais de hoje e preparam os líderes de amanhã.

É nesse contexto que o ambiente acadêmico assume um papel essencial: o de promover reflexão, inovação e troca. Mais do que um ponto final, a formatura simboliza um ponto de partida. Um momento de celebrar conquistas e reconhecer o quanto o conhecimento compartilhado reverbera dentro e fora da sala de aula e ganha novas proporções no longo prazo.

No meu caso, essas ocasiões são particularmente significativas. Cada turma é única, traz repertórios, histórias e vivências diferentes que, somadas, criam um espaço de cocriação genuíno. Ensinamos, mas também aprendemos. As discussões, os projetos e até as divergências de opinião constroem uma rede de insights que se estende muito além de qualquer curso.

Participar da conclusão de uma turma é um lembrete de que o conhecimento só faz sentido quando é compartilhado. É essa troca que dá origem às conexões que continuam gerando valor por muito tempo, inspirando novas ideias, parcerias e trajetórias.

Cada turma que conclui a jornada de pós me lembra que o aprendizado é uma via de mão dupla. Eu ensino sobre estratégia, negócios e o ecossistema gamer, mas saio aprendendo sobre novas perspectivas, hábitos e formas de pensar o futuro. A sala de aula é, para mim, o laboratório mais vivo da inovação

Educação como alicerce de transformação

Nos últimos anos, o cenário da pós-graduação brasileira evoluiu de forma notável. Entre 1996 e 2021, o número de cursos se multiplicou por quatro, e mais de 1,3 milhão de pessoas conquistaram o título de mestre ou doutor, segundo o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE).

Esse avanço mostra mais do que uma evolução educacional: ele reflete uma mentalidade em transformação. Profissionais e empresas estão entendendo que o aprendizado contínuo é um diferencial competitivo, não um complemento. Em um mercado onde a obsolescência é rápida, quem aprende mais, lidera melhor.

Conquistar um diploma de pós-graduação é, portanto, mais do que um feito acadêmico. É uma forma de se comprometer com o próprio desenvolvimento e com o impacto que esse conhecimento pode gerar dentro das organizações, no mercado e na sociedade.

E é justamente esse impacto que vejo acontecer de maneira prática na GMD, onde aplicamos no dia a dia muito do que debatemos em sala de aula na ESPM. A troca entre teoria e prática se retroalimenta: o ambiente acadêmico inspira novas soluções e o mercado valida e amplia esses aprendizados. Essa ponte entre os dois mundos é, para mim, o que dá sentido ao processo de ensinar e aprender.

No fim, é isso que as formaturas celebram: a continuidade do aprendizado. Porque o verdadeiro impacto de uma pós-graduação não está apenas no diploma, mas nas conexões, ideias e experiências que seguem gerando valor dentro e fora da sala de aula.