O que lideranças femininas recomendam para 2026
Para as colunistas de Women to Watch Brasil, liderar em 2026 será menos sobre respostas prontas e mais sobre presença, coerência e impacto
O ano de 2026 se desenha como um ponto de inflexão para lideranças de negócios, marcas e comunicação. Em um cenário de aceleração tecnológica, sobrecarga emocional, inteligência artificial integrada ao trabalho e crises simultâneas, sejam sociais, climáticas ou organizacionais, liderar deixou de ser apenas sobre performance. Passou a ser sobre consciência, coerência, transparência e impacto.
Colunistas do Women to Watch Brasil, que ocupam posições estratégicas em agências, anunciantes e plataformas, compartilham seus conselhos para lideranças que querem atravessar 2026 com relevância, humanidade e visão de longo prazo.
Agatha Kim, CSO da WMcCann

(Crédito: Divulgação)
Estar mais presente e menos online. Por conta de todos os compromissos e demandas, o celular acaba dominando vários momentos do meu dia, e quando eu vi, não prestei atenção em algo que eu deveria. Então, vou tentar ouvir a ativista Joanna Macy e lembrar que “a coisa mais radical que qualquer um de nós pode fazer neste momento é estar plenamente presente ao que está acontecendo no mundo”.
Ana Célia Biondi, diretora-geral da JCDecaux no Brasil

(Crédito: Arthur Nobre)
Para lideranças em 2026, meu conselho é priorizar a criação de ambientes que promovam diversidade, inovação, aprendizado e um compromisso genuíno com as equipes e o bem-estar emocional dos colaboradores. As empresas estão cada vez mais reconhecendo que a diversidade, nas lideranças e nos times, oferece inúmeras perspectivas que, juntas, impulsionam o sucesso e a inovação. Em um mundo onde diferentes gerações coexistem no ambiente de trabalho, é essencial que líderes criem espaços onde essas visões diversas sobre o mercado e a carreira sejam valorizadas e integradas.
A base de um ambiente de trabalho bem-sucedido é a comunicação aberta, que deve ser adaptada aos diferentes estilos de profissionais, para facilitar o engajamento e o alinhamento em direção aos objetivos da empresa. Acredito que cultivar uma liderança eficaz em 2026 exige abraçar a empatia e a inteligência emocional. A capacidade de compreender as necessidades e sentimentos dos colaboradores e da própria gestão contribui para a criação de uma cultura organizacional estruturada, onde todos se sintam motivados e inspirados a alcançar as metas estabelecidas. Por fim, devemos lembrar que a liderança é uma extensão da nossa capacidade de inspirar. Ao fazer isso, preparamos nossas organizações para o sucesso, fortalecemos nosso legado e mantemos sempre uma visão para o futuro.
Camila Novaes, diretora de marketing da Visa

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Em 2026, lidere com dados, propósito e disciplina operacional. Conecte inclusão a resultado: desenhe jornadas que ampliem acesso e teste hipóteses com métricas claras de crescimento. Orquestre times e parceiros com governança cadenciada, use IA para reduzir atrito, e trate a inclusão como estratégia de mercado não como ação isolada. A liderança que ensina e aprende com o ecossistema decide melhor, escala mais rápido e deixa um legado que melhora negócios e pessoas.
Gal Barradas, growth & marketing leader da Rio Bravo Investimentos

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Tudo aquilo que é artificial só tem valor se for claramente melhor ou trouxer mais benefícios do que o que é natural.
Helen Pedroso, diretora de responsabilidade corporativa e direitos humanos do Grupo L’Oréal no Brasil

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Espero que liderar em 2026 seja agir como catalisador de mudanças: com coragem, reinvenção e propósito, amplificando outras vozes e construindo uma transformação verdadeiramente humana e sustentável.
Maia Mau, CMO do Google Brasil

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Minhas reflexões recentes têm se concentrado nas contradições inerentes ao mercado e ao ambiente corporativo, buscando novas abordagens para gerenciar os desafios que surgem. Fui inspirada por pensadores como o fundador da Patagônia, que construiu uma empresa de sucesso do zero, fez uma fortuna e, em seguida, doou todos os seus bens. Isso me leva a considerar como podemos gerar um impacto e uma transformação ainda maiores, para além dos limites da própria empresa. Para o ano de 2026, o grande chamado às lideranças é a redefinição de sucesso e legado. Eu as incentivo a buscar ativamente coalizões e parcerias para maximizar seus esforços e a repensar a função individual de cada líder dentro do propósito e da estratégia corporativa.
Rejane Bicca, diretora-geral da O2 Filmes

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Liderar é inspirar uma jornada, individual e coletiva, garantindo que o bem-estar, a harmonia, a escuta empática, sejam a base das nossas trocas no ambiente profissional. É assim que vamos conquistando os resultados que buscamos. Ocupar um papel de liderança não se limita apenas a dar ordens ou alcançar metas. É sobre inspirar.
Renata Hilario, líder de desenvolvimento criativo na Globo

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Em 2026, liderança não será sobre controle, performance a qualquer custo ou respostas prontas. Será sobre consciência, escuta e coragem para desaprender. Meu conselho é: questione as próprias certezas. Ouça mais do que fala. Observe antes de reagir. Líderes relevantes serão aqueles capazes de criar ambientes seguros, onde as pessoas podem ser quem são e, por isso mesmo, entregar o melhor que têm. Num mundo ruidoso, liderar será saber silenciar para enxergar.
Vanessa Gordilho, vice-presidente executiva de comercial varejo da Vibra

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Em 2026, liderança vai exigir menos ansiedade e mais constância. Manter foco, ritmo e disciplina será o diferencial. O mundo segue acelerado, mas resultados de verdade continuam vindo de quem sabe priorizar, sustentar decisões ao longo do tempo e cuidar do próprio fôlego. A corrida me ensinou que liderar é igual a uma maratona, quem entende isso constrói times mais fortes, escolhas mais consistentes e entregas que permanecem.