O que o comportamento gamer ensina sobre o futuro do consumo
Para além do entretenimento, o universo gamer vem antecipando comportamentos que já invadiram setores como moda, varejo, educação e até saúde
O que o comportamento gamer ensina sobre o futuro do consumo
BuscarPara além do entretenimento, o universo gamer vem antecipando comportamentos que já invadiram setores como moda, varejo, educação e até saúde
11 de abril de 2025 - 9h21
(Crédito: Shutterstock)
E se os consumidores mais estratégicos e influentes do mercado já estiverem hoje jogando Fortnite, criando mundos no Roblox ou fazendo streaming? Para além do entretenimento, o universo gamer vem antecipando comportamentos que já invadiram setores como moda, varejo, educação e até saúde. Quem observa de perto esse ecossistema entende: estamos diante de um grupo de consumidores exigentes, dedicados, criativos e profundamente conectados a experiências e comunidades.
Esses consumidores estão comprometidos com os perfis de produtos que amam, atentos a novas dinâmicas que conciliam socialização, redes e mídia. Dispostos a interagir com marcas que ofereçam vivências relevantes, com valor emocional, recompensa e personalização.
Um relatório recente da Deloitte mostra que videogames, junto com redes sociais e influenciadores, já impactam mais as expectativas de consumo do que a TV ou o cinema. Mais que entretenimento, ser fã de um jogo, personagem ou universo digital é uma forma de expressão pessoal. Esse vínculo íntimo entre consumidor e conteúdo molda gostos, valores e hábitos de compra.
Estamos falando de uma nova gramática do consumo. A influência dos gamers se espalha por toda a sociedade e inaugura uma nova lógica de relacionamento entre pessoas e marcas: mais interativa, mais sensorial e mais emocional.
Quem joga entende jornadas. Os gamers estão familiarizados com experiências que oferecem progressão, conquista e pertencimento — a mesma lógica por trás de plataformas de e-commerce, programas de fidelidade e aplicativos com bônus e recompensas. Isso cria vínculos duradouros e engajamento real.
A lógica da gamificação — com missões, conquistas e rankings — hoje estrutura ações de marketing em diferentes setores. Da mesma forma, o uso de plataformas gamer para construir relacionamentos sociais e identidades digitais aponta um modelo de comunicação que é colaborativo, contínuo e personalizado.
Experiências como os shows de Travis Scott, Lady Gaga e Emicida dentro de jogos como Fortnite e Roblox são a prova de que os games se tornaram plataformas culturais completas. Outros exemplos recentes, como a apresentação virtual do grupo Blackpink no “PUBG Mobile”, que chegou a ser indicada na categoria “Melhor Performance no Metaverso” no VMA 2022, reforçam essa tendência. São espaços onde se cruzam música, moda, interações sociais, performance e consumo — tudo em um único ambiente imersivo.
As marcas já perceberam o potencial desse universo e vêm testando caminhos para se aproximar de comunidades digitais autênticas. Mas mesmo as empresas que não atuam diretamente nesse território têm muito a aprender com os gamers.
Esse é o ponto em que o social commerce e o conteúdo de influência se encontram: a recomendação entre pares, os reviews espontâneos e os produtos descobertos dentro de comunidades fazem o consumo parecer menos uma transação e mais uma experiência de conexão.
A tecnologia acelera esse cenário. Vivemos um momento em que a inteligência artificial, os assistentes virtuais e os mundos imersivos ganham escala. O comportamento gamer, nesse contexto, funciona como um farol para o futuro. São eles que já estão moldando os novos códigos de relacionamento entre pessoas, marcas e plataformas.
Olhar para os gamers é entender para onde caminha o consumo como um todo. Eles vivem interações que valorizam o tempo, o senso de pertencimento, a progressão e a personalização. E fazem isso de maneira orgânica, sem scripts, dentro de ecossistemas vivos que se retroalimentam o tempo todo.
As marcas que compreendem essa lógica e aplicam esses princípios não só saem na frente, como constroem conexões mais verdadeiras e relevantes com seus públicos. Conexões baseadas em escuta, adaptação e propósito.
Neste momento, entender o comportamento gamer é mais do que uma vantagem competitiva — é uma chave para decifrar o presente e antecipar o futuro.
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