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Emoção e experiência para a construção de boas histórias

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Cannes Lions

16 a 20 de junho de 2025 | Cannes França
Cannes

Emoção e experiência para a construção de boas histórias

O ator Sterling K.Brown e o escritor e produtor Dan Fogelman compartilharam experiências por trás de grandes produções e o poder da aproximação para um storytelling de sucesso


18 de junho de 2025 - 11h14

O que o ator Sterling K. Brown e o escritor e produtor Dan Fogelman têm em comum? Eles são parceiros de longa data, trabalhando em sucessos como a série This Is Us e, mais recentemente, Paradise, série da Hulu.

Nomes por trás de grandes histórias, enfrentam hoje o desafio – e a oportunidade – de protagonizar produções audiovisuais na era da amplificação das vozes dos espectadores.

storytelling

Da esquerda para a direita: Dana Walden, co-chairman e presidente da Disney Entertainment, Sterling K. Brown e Dan Fogelman (Crédito: Divulgação/Cannes Lions/ Getty UK)

Em painel mediado por Dana Walden, co-chairman e presidente da Disney Entertainment, Fogelman descreveu a aproximação do público como termômetro para seu trabalho, seja pela prática de grupos focais e olhar para reações específicas dos próprios times ou pessoas próximas antes de que o conteúdo seja, de fato, colocado no ar.

“Eu fiz um filme chamado Crazy Stupid Love e há uma grande reviravolta no meio. A primeira vez que passamos a exibi-lo para a plateia, houve uma reação perceptível e audível quando eles perceberam que os personagens estavam relacionados e as coisas estavam acontecendo. Tenho buscado esse sentimento”, afirmou.

Já Brown está mais próximo dos fãs do que nunca. Com a mudança drástica do marketing, muito impulsionada pelas redes sociais, o ator tem construído uma relação direta com o público por meio de podcasts — This Was Us, que traz reflexões sobre This Is Us ao lado dos parceiros de cena Mandy Moore e Chris Sullivan; e o We Don’t Always Agree, com Ryan Michelle Bathe, sua esposa. A audiência está presente também aos milhões em seu perfil nas redes sociais.

Para ele, a conexão é crucial para dar ao público uma ideia de quem ele é por trás das câmeras. O ator usa as redes sociais para se diferenciar de seus personagens, como Randall, de This Is Us: “Randall, especificamente, era um bom homem, que sempre dava o seu melhor na vida. Também é uma oportunidade para eu dizer que nem sempre dou o meu melhor. Às vezes, não atinjo as expectativas, e nunca quero ser confundido com o personagem”.

O ator também é produtor executivo de Paradise e imprime a experiência na frente das câmeras para a criação de um set de filmagem acolhedor. Brown classificou a abordagem como uma extensão de seu trabalho com Fogelman durante as gravações de This Is Us, baseada na humildade, colaboração e abertura a feedbacks, por exemplo, seja de atores, roteiristas, entre outros.

Emoção em tempos de IA

This Is Us é reconhecida por tratar de temáticas familiares de forma sensível e emocionante, premiada no Globo de Ouro e no Emmy Awards, por exemplo. O produtor relembrou sua infância, tendo perdido a mãe ainda criança, e confessou como a memória familiar ressoa em sua vida adulta e, consequentemente, em seu trabalho no audiovisual.

“Grande parte da minha escrita se tornou sobre os pequenos e grandes momentos e sentimentos, sobre a tentativa de encontrar alegria, de olhar para minha família agora e pensar na minha mãe, sem deixar que isso me deixe triste porque ela não está aqui para conhecer seus netos”, disse. “Não sei como um robô faz isso sem simplesmente emular a experiência de outra pessoa”.

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