Quais devem ser os pontos de atenção em concorrências?
Guia da VoxComm e WFA apresenta boas práticas para parcerias mais eficazes e justas nos processos de escolha de agências
Uma iniciativa conjunta da VoxComm (voz global das agências) e da WFA (Federação Mundial de Anunciantes) lançou, no Cannes Lions deste ano, o guia Princípios Orientadores para Seleção de Agências. O material visa promover mudanças nos formatos adotados pelo mercado publicitário em concorrências, como o pitching que, conforme as organizações, sobrecarrega as empresas no viés criativo e financeiro.

Organizações do setor defendem uso moderado de processos de pitching (Crédito: Paper Trident)
O guia defende processos mais estruturados, transparentes e focados em colaboração. O documento contou com apoio da ABAP – Espaço de Articulação Coletiva do Ecossistema Publicitário, afiliada à VoxComm, e da Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) no Brasil. Ambas as organizações adaptaram o guia para o mercado brasileiro e adicionaram uma seção de boas práticas. São elas:
Uso excessivo de pitches
O guia desaconselha o uso do pitch como solução padrão para todos os desafios. Ele sugere que, maioria dos casos, ajustes e conversas com parceiros existentes podem ser mais eficazes. Nesse sentido, o pitch seria uma exceção estratégica, utilizado apenas quando há uma real necessidade de mudança, e não por inércia ou conveniência.
Alinhamento e planjeamento
O documento reforça a importância de um “plano claro e alinhamento internamente entre as áreas”. Isso implica em construir um briefing robusto, com objetivos bem definidos, critérios de avaliação transparentes e o envolvimento de áreas-chave, como compras, jurídico, fiscal e marketing. Segundo o guia, o planejamento aumenta as chances de sucesso para todos, evitando custos e retrabalhos.
Excesso de participantes e esforço
Evitar o excesso de participantes é um ganho de eficiência para toda a cadeia, aponta o material. Selecionar um número menor de agências qualificadas e com potencial de atender à demanda específica garante não apenas mais profundidade e foco na avaliação, mas também um respeito ao tempo e esforço das partes.
Prazos adequados
O guia sugere conduzir a seleção com prazos viáveis, que respeitem a complexidade das entregas e evitem a sobrecarga das equipes, valorizando práticas centradas em pessoas, bem-estar e relacionamento com o mercado.
Condições comerciais justas
A lista pede garantia de condições comerciais justas e sustentáveis em contratos equilibrados, com prazos de pagamento adequados e modelos de remuneração que suportem a qualidade da entrega.
Feedback após o fim do processo
Após o término do processo, a comunicação não deve cessar. O guia instrui as empresas à fornecer feedback estruturado ao final do processo para todas as agências participantes como forma de respeito ao investimento feito por elas na concorrência e como forma de fomentar aprendizado.

