IA como aliada nos processos de inclusão
Dani Jesus, da Wieden + Kennedy, e Silvana Bahia, da Olabi, analisam como a ferramenta pode ser uma aliada nos processos de diversidade
Dani Jesus, da Wieden + Kennedy, e Silvana Bahia, da Olabi, analisam como a ferramenta pode ser uma aliada nos processos de diversidade
Amanda Schnaider
30 de maio de 2023 - 15h48
Ao mesmo tempo em que a aplicação da inteligência artificial no mundo do trabalho promete a automação, também traz à tona a ameaça de postos de trabalho sendo substituídos pelas máquinas.
Apesar disso, a tecnologia tem sido mais usada pelos departamentos de recursos humanos das empresas como ferramentas de recrutamento e seleção de candidatos. Porém, essa utilização acende uma luz para a importância de saber quem está por trás da programação dessas inteligências artificiais, para que os vieses e paradigmas da sociedade não se perpetuem por meio delas.
Essa discussão conduziu a conversa entre Dani Jesus, diretora de recursos humanos da Wieden + Kennedy, e Silvana Bahia, codiretora executiva da Olabi, no painel “Inteligência Artificial: do recrutamento à substituição de talentos”, mediado pela curadora de conteúdo do Women to Watch e diretora executiva do CENP, Regina Augusto, no primeiro dia do ProXXIma 2023.
Ao falar da intersecção entre diversidade e tecnologia no mercado de trabalho, na visão de Silvana, é preciso, em primeiro lugar, reconhecer esses vieses. “A tecnologia é uma ferramenta, não é boa e nem má. Podemos escolher diferente, podemos escolher incluir mais e excluir menos”.
Dani Jesus reforça a ideia de que a tecnologia em si não é prejudicial e, sim, quem está parametrizando essa ferramenta. Para ela, o RH precisa estar ciente sobre qual é o seu papel dentro dessa estrutura. “Estamos fazendo a manutenção dessa estrutura de poder ou estamos subvertendo essa estrutura de poder?”.
A diretora e recursos humanos da agência salienta ainda que o RH deve trabalhar junto com a inteligência artificial e não um contra o outro. “Futuro do trabalho é sobre as variadas possibilidade e não excluir as possibilidades”, complementa. Dani cita o projeto Kennedys, da W+K, programa de formação em publicidade da W+K para jovens talentos das periferias de São Paulo, como um bom exemplo de como a agência une diversidade e tecnologia.
Silvana Bahia, da Olabi, enxerga a inteligência artificial como aliada nos processos de inclusão e não como uma ferramenta de exclusão. No entanto, enfatiza que é preciso saber quem está alimentando essa tecnologia. “Se toda inteligência artificial consulta um banco de dados e todo dado tem cultura, como é trazermos outras culturas para alimentar esse banco?”
A preocupação que inteligência artificial roube os empregos é real, mas as diretoras têm um olhar pouco menos pessimista em relação a isso. Ao serem questionadas por Regina sobre até onde a sociedade está preparada para pensar nas novas posições que serão criadas a partir da tecnologia, tanto Dani quanto Silvana ressaltam que é preciso aprender a aprender.
Silvana também enfatiza a importância das soft skills nesse processo. “Não olhar para a pessoa só em relação ao que ela conhece tecnicamente, é entender que as emoções também pautam as relações. Não é só sobre aprender, mas sobre desaprender”.
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