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Os setores econômicos à espera da decolagem

Mais desafiadas pela pandemia, indústrias de entretenimento, automóveis, viagens, restaurantes, bares e beleza projetam recuperação mais lenta e traçam estratégias para voltar a prosperar


16 de julho de 2020 - 6h00

Setor de viagem e turismo foi o primeiro a sentir os impactos da Covid-19 e o que deve ter recuperação mais lenta (crédito: reprodução)

Por Roseani Rocha e Salvador Strano

“As pessoas esquecerão o que você disse, as pessoas esquecerão o que você fez, mas as pessoas jamais esquecerão como você as fez se sentir” é a frase da escritora americana Maya Angelou pinçada por Claudio Romano, CEO da Dream Factory, para comentar como o setor de entretenimento, certamente um dos mais prejudicados pela pandemia, tem lidado com as perdas e, principalmente, para manter o ânimo e os negócios em condições de promover uma retomada, que provavelmente só ocorrerá mais plenamente em 2021. Mas até lá, obviamente, as empresas seguem trabalhando alternativas. Neste grupo cujos desafios para a retomada serão ainda maiores também estão setores como automotivo, de viagens, bares, restaurantes e até produtos profissionais de beleza.

Estudo global da consultoria Accenture com 7.870 pessoas (420 delas do Brasil), divulgado neste mês, confirma que, por enquanto, o receio ainda se sobrepõe à diversão: 71% dos consumidores se sentem desconfortáveis em visitar locais públicos e somente 13% estão seguros para frequentar bares, eventos esportivos e shows nos próximos dois meses. No que diz respeito a visitas a shoppings e varejo não-essencial, 22% disseram estar dispostos a frequentá-los. A pandemia também tem despertado ou acirrado outros comportamentos, como evitar desperdício de alimentos (87%), compras mais ecológicas ou éticas (64%) e de origem local (64%).

Além do comportamento do consumidor, a retomada dependerá de características das próprias empresas, como sua natureza de atividade e a saúde financeira e nível de organização antes do turbilhão trazido pela Covid-19. Com isso, outra consultoria, a KPMG, traçou quatro cenários de retomada, dependendo dos setores em questão (veja abaixo).

Pedro Guimarães, diretor presidente da Apresenta, associação de empresas do setor de eventos, com mais de 170 associados, pontua que a entidade constituiu um Comitê de Crise técnico, dialogou com autoridades e profissionais do mercado e convocou entidades empresariais, elaborando medidas que visam a garantia da ajuda necessária, assim como sugestões de boas práticas para a realização de atrações em áreas externas e internas em ambiente seguro para a reabertura dos eventos e dos atrativos turísticos e culturais.

“Entendemos que o ‘novo normal’ só poderá ocorrer ao final do período crítico e quando tivermos segurança sobre os processos, rotinas e o controle efetivo da pandemia, por outro lado, medidas restritivas, de proteção e segurança, devidamente chanceladas por autoridades sanitárias, assim como ocorreram com os drive-in, poderão, sim, viabilizar que eventos e atrativos de entretenimento possam ocorrer de acordo com a especificidade de cada evento, ao longo das diversas fases da reabertura das atividades”.

Roberto Medina, presidente do Rock in Rio, lembra que a pandemia trouxe impactos a todos, mas a cultura é um setor que sofre bastante, trazendo a reboque o turismo, com todos os ativos fechados e sem receita. Ainda assim, com novas formas de trabalho surgindo: inúmeras lives e muito conteúdo digital conquistando relevância junto ao público.

“Para o Rock in Rio, redirecionamos todos os esforços da edição de Lisboa, que aconteceria este ano, para 2021, com isso teremos duas edições em um mesmo ano: lá em Lisboa e aqui no Brasil. Será um ano intenso. Mas já estamos vendo resultados”, conta Medina. Segundo ele, o evento em Portugal já teve adesão de “absolutamente todos” os patrocinadores e apoiadores para a edição do ano que vem e a confirmação de artistas. No Brasil, as negociações estão avançando, seguindo o acompanhamento da doença e uma agenda de adaptações de segurança para fazer entregas até além das exigidas pelos órgãos reguladores.

A íntegra desta reportagem está publicada na edição semanal de Meio & Mensagem, que até o fim do mês pode ser acessada gratuitamente pela plataforma Acervo, onde é possível consultar ainda todas as edições anteriores que circularam nos 42 anos de história da publicação. Também está aberto a todo o público, gratuitamente, o acesso à versão digital das edições semanais de Meio & Mensagem, no aplicativo para tablets, disponível nos aparelhos com sistema iOS e Android.

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