Mídia
Europa aprova nova lei de copyright
Parte do novo texto obriga plataformas como Google e Facebook a remunerar produtores de conteúdo original caso trechos sejam replicados por creators
Parte do novo texto obriga plataformas como Google e Facebook a remunerar produtores de conteúdo original caso trechos sejam replicados por creators
Meio & Mensagem
27 de março de 2019 - 12h01
A União Europeia aprovou nessa terça-feira uma nova reforma com impacto direto sobre Google, Facebook e outras grandes empresas de tecnologia. O parlamento endossou uma revisão das regras de direitos autorais do bloco, que já tinham duas décadas, obrigando plataformas com criadores digitais a pagar a produtores de conteúdo original pelo uso de trechos de seu material.
Muitos publishers europeus estão encantados. Eles argumentam que plataformas como o YouTube colhem grandes receitas publicitárias e parte disso é relacionado ao conteúdo que produzem. Ativistas da liberdade na internet estão furiosos. E o Google, que pressionou fortemente contra o plano, argumenta que isso pode trazer incerteza jurídica e afeta o estimulo à produção independente.
Em entrevista ao Meio & Mensagem, publicada na edição de 18 de março (nº 1852), Fabio Coelho, diretor-geral do Google no Brasil e vice-presidente global da empresa, afirmou que a empresa respeita a lei, com ressalvas. “É importante que ela não coíba a capacidade de empreender e ganhar dinheiro dos youtubers no mercado. Qualquer lei que fica muito restritiva, no que diz respeito a evitar que as pessoas usem algum conteúdo, acaba limitando a capacidade de criar algo novo”, diz Fabio.
Ele cita o creator Felipe Castanhari, do Canal Nostalgia, que em dezembro publicou um longo vídeo criticando o próprio YouTube e a legislação europeia como uma ameaça à produção independente. Na ocasião, ele decretou o fim do canal, por se sentir ameaçado ao utilizar pedaços de conteúdos de grandes publishers em seus vídeos sobre história — de fato, ele não tem atualizado desde então. Outros youtubers também tem protestado a respeito, no Brasil e no exterior. “Ele não consegue mais produzir”, falou Fabio Coelho. “Se for mal feito, acaba inibindo a qualidade da produção de conteúdo.”
Pelo lado do Parlamento Europeu, representa mais uma tentativa em manter as big techs mais responsáveis, que tem aplicado multas antitruste pesadas contra alguns players (só o Google já foi penalizado em US$ 9 bilhões) e aprovado regulações mais rigorosas, como o General Data Protection Regulation (GRPD), lei que influenciou fortemente a formulação e a aprovação da Lei Geral de Proteção de Dados brasileira.
As críticas de publishers europeus às grandes empresas de tecnologia e a nova regulação também fortalece o apelo para que essas plataformas ajudem a financiar a produção de conteúdo original e de noticiário primário, que tem sofrido enorme impacto diante da migração de receita publicitária no ambiente digital.
Com Advertising Age e Reuters.
Crédito da imagem em destaque: Pe3check/iStock
Crédito da imagem no topo: Jorisvo/Istock
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