Como teles brasileiras se preparam para o 5G

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Como teles brasileiras se preparam para o 5G

Leilão de frequências está previsto para o primeiro trimestre de 2020, mas operadoras já realizam testes e antecipam desafios de instalação


12 de setembro de 2019 - 9h00

Consulta médica conduzida remotamente através da tecnologia 5G, transmitida a partir da Casa 5G da Tim, no evento HackTown. (Crédito: Divulgação)

Ter internet estável em eventos de grande porte, assistir a vídeos 4K e 8K via mobile e acessar a games e aulas em realidade aumentada, em qualquer lugar. Essas são apenas algumas das promessas da rede 5G, rede já disponível comercialmente em 32 países, segundo a Global Mobile Suppliers Association (GSA). No Brasil, o leilão de frequências de 5G está previsto pela Anatel para o primeiro trimestre de 2020, e ainda não tem suas regras definidas, mas operadoras realizam testes com a banda desde o ano passado junto a parceiros de tecnologia, antecipando também possíveis desafios de implementação.

Na semana passada, a Tim hospedou uma “Casa 5G” na cidade de Santa Rita do Sapucaí (MG), durante o evento de inovação Hack Town, em parceria com a Ericsson e o Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel). O espaço teve demonstrações de diferentes aplicações para a rede 5G, como um atendimento médico à distância baseado em imagem, realizado através de uma luva tátil controlada remotamente; uma aula à distância utilizando um quadro interativo; e uma batalha de games com equipes em duas localizações diferentes, conectadas ao 5G.

Outro teste recente no País foi concluído em julho pela chinesa Huawei – realizado com Tim, Claro, Oi e Vivo -, que vem brigando com players europeus e americanos pela liderança na corrida pela conexão de quinta geração. No mesmo mês, a Oi realizou uma “chamada holográfica” em realidade virtual durante o evento GameXP, no Rio de Janeiro. Vivo e a Claro, por sua vez, realizaram no ano passado, respectivamente, demonstrações com games em realidade virtual e uma transmissão ao vivo da Globo em 8K via 5G.

“Esses testes têm sido essencialmente técnicos. No início, a 5G vai demandar muita interação com redes já existentes, como 4G, para garantir que a transição aconteça sem que o usuário perceba. A 5G é uma tecnologia de acesso, mas para que funcione, a base precisa estar pronta, incluindo o núcleo de rede das operadoras, a capilarização de redes de fibra óptica e certificação de redes de dados”, conta Atila Branco, diretor de planejamento de redes da Vivo.

Na última semana, o Inatel apresentou uma solução para levar a cobertura 5G para áreas remotas, batizada de “5G Long Range”. Durante os testes, a tecnologia conseguiu levar uma velocidade de 57 Mbps de forma estável entre as cidades de Santa Rita do Sapucaí e Campos do Jordão (SP), usando 5G. Em processo de patenteamento, a solução é interessante para mercados com vasta extensão territorial e áreas rurais de baixa densidade populacional, como existentes no Brasil.

Equilíbrio  de negócios

Diante da indefinição sobre o leilão, operadoras também têm participado de consultas públicas e discussões junto à Anatel. O objetivo é evitar que o leilão tenha viés arrecadatório, fenômeno que aconteceu em países da Europa, prejudicando o lançamento de novas redes ou levando à explosão de preços para o consumidor final. Um desafio inevitável, porém, será monetizar o alto investimento em frequências e implementação de infraestrutura, sem transferir totalmente o custo para o consumidor.

“Estamos fazendo transmissões experimentais para conhecer a tecnologia, estudar o modelo operacional de sua implementação, como mitigar a interferência na rede e os modelos de negócio que ajudarão a gerar as receitas que financiam o investimento necessário”, explica Márcio Carvalho, diretor de marketing da Claro. Atila, da Vivo, acredita que o mercado vai se autorregular naturalmente e que as operadoras vão buscar tarifas e planos adequados que não pesem tanto para o consumidor final.

A infraestrutura de rede, que envolve desde o cabeamento de fibras ópticas até de torres e antenas específicas, também dependerá de definições regulatórias. “Os principais desafio para a implementação são as legislações que limitam a instalação de antenas e de fibra, além da carga tributária”, acrescenta Leonardo Capdeville, Chief Technology Officer da Tim.

Mas e o 4G?

A projeção é de que o 4G continue em plena expansão no Brasil ao mesmo tempo em que chegam as frequência 5G, processo que aconteceu na transição do 3G para o 4G e do 2G para o 3G. “A cobertura de quarta geração ainda é bastante recente, e os benefícios dela são sentidos há muito pouco tempo por usuários de smartphones”, argumenta Márcio, da Claro.

Uma pesquisa divulgada em maio pela Ericsson, no entanto, identificou que consumidores brasileiros já esperam que a 5G esteja comercialmente disponível a partir do segundo semestre de 2021. Quando massificadas, estas redes também vão conectar múltiplos sistemas urbanos e devices domésticos, permitindo a criação soluções para cidades inteligentes e internet das coisas. De olho nesse tipo de aplicação, a Tim já conduz um projeto de pesquisa piloto em parceria com a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e a Nokia.

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