Cinco conselhos da nova geração

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Opinião

Cinco conselhos da nova geração

Valorização da qualidade de vida e disposição de correr riscos guiam empreendedores e entusiastas


19 de outubro de 2017 - 14h10

Recentemente, ao sair de uma palestra, recebi um pedido inusitado de um jovem empreendedor de uma startup. Ele me pediu um conselho. Estou na estrada há mais de 25 anos, mas pensei “quem sou eu para dar conselhos para alguém?” As redes sociais estão cheias de “conselheiros”: aparentemente, todo mundo sabe o que é melhor para a vida – do outro. Na minha visão, o conselho, bom ou ruim, indica um caminho a seguir. Então não, não vou dar um conselho, mas sim dividir algumas ideias, pensamentos, questões, pontos, valores que aprendi em minha trajetória, sobretudo com essa nova geração de empreendedores e entusiastas, e que espero que colaborem para a reflexão, para que cada um ache o seu caminho e seja feliz nele.

Não paute sua vida pelo dinheiro. Pode parecer até clichê ou utopia, mas nunca se valorizou tanto a qualidade de vida e a satisfação profissional em detrimento do salário no fim do mês. Fazer o que gosta tornou-se fundamental para chegar ao sucesso. Os exemplos estão por toda a parte. Inclusive aí, bem diante da sua tela. Mark Zuckerberg, fundador e CEO do Facebook, apontado pela revista Forbes como o terceiro homem mais rico do mundo, com uma fortuna avaliada em US$ 56 bilhões, enfrentou uma série de obstáculos e críticas de que “esse negócio não funcionaria”. Alguns anos e mais de um bilhão de usuários depois, provou que ser fiel a um objetivo de vida faz toda a diferença. “O propósito é o que gera a verdadeira felicidade”, disse Zuckerberg: “Nós temos de criar uma sociedade que meça o progresso a partir de quantos de nós têm um papel que realmente acreditamos ser relevante”.

Pense grande e não se preocupe em falhar, isso vai acontecer, inevitavelmente. A disposição de correr riscos também é um atributo das novas gerações. Ao contrário do conservadorismo de algumas empresas centenárias – que há décadas apostavam que um único produto de sucesso garantiria a perenidade e que acabaram sendo engolidas pelas novas demandas do consumidor conectado – os empreendedores de hoje não hesitam em mudar de estratégia rapidamente para salvar o negócio. De tão frequente, principalmente entre as startups, esse movimento ganhou até expressão própria: pivotar, derivado do inglês to pivot, que significa mudar ou girar em torno de um pivô. Em muitos casos, quando o produto ou serviço inicial não funciona, a empresa acaba descobrindo uma alternativa melhor, aprendendo com o erro.

Prefira o erro à omissão e assuma os riscos desta decisão. “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”. Atribuída a Martin Luther King, essa frase aponta um sério problema da sociedade moderna: a omissão. Ou ficar em cima do muro, se preferir. Se eu ficar aqui quietinho, não arrumo encrenca… mas também não venço na vida e nem conquisto o que quero. Não seja essa pessoa! Tome partido nas coisas que são importantes para você, tenha posições claras e responsabilidade para lidar com as consequências.

Crie o produto ou serviço que vai matar o seu negócio. Antes que alguém o faça! Todos os grandes players do mercado mundial investem bilhões em pesquisa e inovação, tentando se superar e não dar brecha para a concorrência. No ambiente dinâmico de hoje, tendências mudam rápido e aquilo que era sucesso, amanhã está ultrapassado. A Sony se reinventou várias vezes ao lançar o walkman, depois o discman ou walkman CD, depois o NetMD, que permitia a transferência de músicas em MP3 ao ser conectado aos computadores via USB. Até se deparar com um fenômeno arrasador chamado Apple e seu iPod. Opa, era hora de pivotar! Como sabemos, a Sony continua sendo um forte ícone tecnológico, sinônimo de qualidade em uma infinidade de produtos eletrônicos.

Esteja sempre cercado de gênios. Ninguém é obrigado a saber tudo – e nem consegue. Pelo contrário, quem acha que sabe tudo demonstra sua ignorância. Gosto muito de uma frase do ator e roteirista americano Harold Ramis, que dizia: “Encontre a pessoa mais talentosa da sala e – caso não seja você – sente ao lado dela e tente ser útil”. Estar rodeado de gênios, seja entre os colegas ou em sua equipe, faz com que você esteja sempre em evolução, aprendendo coisas novas, se desafiando e, dessa forma, impulsionando os negócios. Eu tento sempre me sentar perto deles.

E, como dica bônus: Seja o protagonista da sua vida. Nenhum dos aprendizados anteriores seriam úteis se eu não tivesse percebido a tempo a importância de tomar as rédeas da minha própria vida. Se você não tem metas e não segue a dianteira para realizar o que quer, vai passar a vida ajudando outra pessoa a atingir seus objetivos. E deixar os sonhos pelo caminho.

A gente não para de aprender nunca e as melhores dicas podem vir de qualquer fonte, mesmo as mais inesperadas. Este foi o meu aprendizado desta semana. Refletindo sobre o tema deste artigo, perguntei ao meu filho, de brincadeira, que conselho ele me daria. Do alto da sabedoria de seus seis anos, me respondeu: “Faça o que você gosta”.

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