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Opinião

Inventando sua própria transformação

Qualquer organização que queira viver plenamente o espiral de mudanças do nosso tempo, precisa absorver criatividade em sua cultura


6 de maio de 2019 - 15h02

 

(Crédito: Pixabay)

Chegou a hora de mudar de novo. Experimentar novas ideias, tentar novos modelos, construir novos objetivos. Chegou a hora de rever o plano, de aprender outras realidades, de ouvir outros pontos de vista. Porque lá fora e aqui dentro o momento é mesmo de transformação.

Chegou a hora de renovar a energia de suas equipes, de criar uma nova dinâmica para seus serviços e produtos. É a hora de colocar sua empresa em um outro lugar. Um lugar mais criativo.

“O impulso para a transformação parece estar codificado no nosso sistema, e a criatividade é o motor que o aciona”, afirma o neurocientista David Eagle no documentário The Creative Brain (Netflix). O filme não apresenta soluções para o equilíbrio na instabilidade, ao contrário, propõe viver a transformação na origem, operando seu centro nervoso, o nosso imenso poder criativo. Uma viagem inspiradora para dentro do potencial humano, sobre o que fazemos melhor — criar.

Qualquer organização que queira viver plenamente o espiral de mudanças do nosso tempo, precisa absorver criatividade em sua cultura. Dr. Eagleman oferece três caminhos complementares para quem quer acionar a transformação por meio do exercício criativo:

Tente alguma coisa nova. A proposta é realmente transitar entre disciplinas, entre diferentes estruturas de pensamento, diferentes formas de expressão. Olhar para outras indústrias, traduzir soluções de outros contextos para seus próprios problemas. Muitos anos atrás, frequentei um grupo na USP que gerava peças criativas para cientistas e engenheiros demonstrarem suas descobertas e investigações. Uma espécie de diálogo entre formas narrativas diferentes, concebido pelo Prof. Marcelo Zuffo na Escola Politécnica. Era incrível. Nessa época, aprendi que uma parte considerável dos saltos científicos acontecia quando um pesquisador mudava completamente de área, por exemplo um físico investigando biologia. Pense em engenheiros de software inventando a visualização científica, é mais ou menos por aí. Nunca me esqueci deste pensamento, perfeito para quem começava uma carreira criativa pouco ortodoxa.

Rompa com os limites. Os maiores clichês criativos conhecidos são variações desta verdade fundamental. Comandos como “saia fora da zona de conforto, ou “ pense fora da caixa”, já apareceram tanto no nosso caminho que quase perderam a força. A realidade é que este é o princípio central, a pedra fundamental da conversa toda. É importante ampliar o escopo do trabalho o tempo todo, definir novas fronteiras, ocupar novos espaços até que virem o normal. As muitas vidas do Netflix são um exemplo perfeito. Em outro exemplo mais pontual, o Airbnb acaba de lançar, no Tribeca Film Festival, seu primeiro longa-metragem, o Gay Chorus Deep South, dirigido pelo brasileiro David Charles. O documentário é parte de uma nova estratégia de conteúdo voltado para viajantes, que inclui ainda uma revista com tiragem de 1,2 milhão de exemplares, mirando um lugar muito além da locação compartilhada de residências.

Não tenha medo do fracasso. Esta é especialmente crítica, até mesmo para quem sabe muito, e principalmente para quem tem muito em jogo. A maior parte das pessoas nem mesmo chega perto de uma grande ideia, congelando de saída por conta das expectativas e consequente medo do fracasso. Não é uma fraqueza criativa, mas uma característica implícita ao funcionamento do nosso cérebro, sempre evitando qualquer perigo eminente e insistindo nas mesmas soluções para economia de energia. A proximidade com alguma ideia potencialmente grande gera uma resposta emocional fortíssima. Uma sensação de choque físico mesmo. O impacto pode gerar uma espécie de pânico, que os mais habilidosos transformam novamente em energia criativa. Se você tem uma boa ideia, manter a perspectiva do fracasso fora da mesa é importante, já que as possibilidades de sucessos são inúmeras e imprevisíveis por natureza.

Esses são apenas elementos básicos. Existe uma infinidade de processos e soluções criativas plenamente testadas nas mais diferentes indústrias, prontas para serem apropriadas por qualquer organização com impulso de mudança. Nada nos separa de um papel relevante no cenário das transformações, só do tamanho do nosso apetite.

*Crédito da foto no topo: mfto/istock

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