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Opinião

O que só os seres humanos ainda podem fazer?

As máquinas conseguem processar dados mais rápido que o cérebro, mas elas ainda dependem de um comando estratégico feito por pessoas reais


24 de junho de 2019 - 15h35

(Crédito: Reprodução)

Basta falar em termos como “revolução digital” ou “automação” para que surjam na mente de boa parte das pessoas aquela velha ideia de que as máquinas vão tomar o lugar dos homens. É natural. Afinal, parte da atual geração cresceu sem muitas ferramentas tecnológicas e com referências como o clássico filme “O Exterminador do Futuro”, em que a tecnologia é a grande vilã.

Quando falamos sobre automação no marketing digital o mesmo temor assombra os profissionais da área. As máquinas com suas inteligências artificiais e sua capacidade absurda de aprender estão coletando e tratando dados numa velocidade muito maior do que qualquer ser humano é capaz. Isso quer dizer que elas vão substituir o homem?

A resposta é um sonoro “não”. E o motivo é simples: robôs não são capazes de fazer tudo que o homem faz. As máquinas podem processar dados mais rápido que o cérebro, mas elas ainda dependem de um comando estratégico feito por humanos. Para que você se convença que a automação não é vilã vou te conduzir em um argumento. E o primeiro passo é entender o que ela faz.

Automação no marketing digital nada mais é do que o uso de tecnologia, como softwares ou códigos, para automatizar tarefas, reduzindo trabalhos manuais, aumentando a escala dos processos e, consequentemente melhorando os resultados. Pode-se utilizar a automação, por exemplo, na gestão de performance de contas ou para verificar vários parâmetros e recursos que provavelmente não seriam checados de forma recorrente.

E por que o uso da automação no marketing tem sido tão importante? Se eu puder simplificar em uma resposta seria porque ela trata os dados em grande escala e de forma personalizada. Atingir o público certo e na hora certa é uma tarefa árdua que pode ser feita por meio de estratégias manuais. Mas, a máquina automatiza parte dos processos, garantindo escala e eficiência. Em suma, a automação traz para o marketing digital: otimização e economia de tempo; confiabilidade e recorrência na execução de tarefas e melhores níveis de otimização e de trabalhos com dados.

Justamente por serem máquinas com alto nível de processamento é que as ferramentas de automação conseguem realizar tarefas dispendiosas que antes eram feitas de forma quase 100% manual. Estamos falando de um longo e árduo caminho de construção de contato com o Lead, que inclui tarefas como postar nas mídias sociais, disparar e-mails, identificar as pessoas que estão prontas para conversar com a equipe de vendas e mensurar de resultados. Se uma máquina dá conta de fazer tudo isso por que gastar o tempo e o talento de um ser humano?

Começam a perceber como a tecnologia abre possibilidades? Ela libera o profissional de marketing digital para que ele se concentre em análises mais estratégicas e que, de fato, trazem insights para o negócio dos clientes. A questão é que essa função exige profissionais mais preparados. E, por isso, os colaboradores dessa área terão que buscar conhecimento e aproveitar o que a revolução digital oferece de melhor: a possibilidade de um trabalho mais valorizado.

Mais do que saber o que é a automação do marketing digital, esse novo profissional precisa entender um pouco mais sobre como ela funciona. O colaborador que conhecer alguma linguagem de programação, como java script e python, conseguirá se destacar nesse cenário. Além disso, ele precisa ser capaz de analisar dados e tirar insights de negócios para orientar os clientes em decisões estratégicas. Nesse caso, perfis analíticos e com conhecimento macro de marketing e negócios também ganham relevância.

Por isso, o papel do profissional de marketing digital passa a ser de entender a fundo as demandas e desafios dos clientes, para então traduzi-las para o universo técnico. O caminho inverso também é fundamental, em que o profissional auxilia os seus clientes a interpretem os dados e tomem melhores decisões. De forma geral, em um ambiente cada vez mais automatizado, há um deslocamento da função tático-operacional para a estratégica. O que acaba por privilegiar profissionais mais preparados e capacitados.

Você já deve ter percebido, mas a verdade é que não dá mais para lutar contra a automação no marketing digital e nem achar que ela é vilã porque assumiu parte do trabalho do homem. O que precisamos entender como sociedade é que passou da hora de acabar com o mito do “Exterminador do Futuro” e perceber como a automação abre portas para negócios mais eficientes, assim como para profissionais especializados, diferenciados e, é claro, mais valorizados.

*Crédito da foto no topo: Reprodução 

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