Mais do que uma rede

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Opinião

Mais do que uma rede

O desafio está em perceber o que realmente significa o novo e como pode ser usado para gerar negócios


21 de agosto de 2019 - 18h30

(Crédito: Pixabay/Pexels)

Vivemos em uma sociedade cujo ritmo de transformação segue em alta velocidade, especialmente quando o assunto é tecnologia e informação. E isso não é novidade para ninguém. Também não surpreende o fato que novos conceitos invadem o nosso dia a dia com considerável rapidez, trazendo, com eles, oportunidades de negócios, por vezes até bem valiosos. O desafio, diante desse cenário, está em perceber o que realmente significa o novo e como pode ser usado para gerar negócios. O Market Network é um ótimo exemplo disso.

O conceito é relativamente simples: construir uma comunidade através de marketplace e aplicar o modelo de SaaS (software as a service) como uma das fontes de remuneração. A execução, no entanto, é bastante complexa, mas, quando bem-sucedida, o negócio pode tomar enorme proporção. Tanto assim que é apontado por muitos como o modelo que predominará os unicórnios nos próximos anos.

Para desenvolver um marketplace de sucesso, a palavra-chave é pareamento. Se você tem muita demanda e pouca oferta ou vice-versa, será questão de tempo que um dos lados se desestimule e, consequentemente, a plataforma passará a perder relevância em todo o ecossistema, gerando efeitos de rede negativos. Porém, se os primeiros sinais foram positivos, e, se alguns desses, mesmo que em pequena quantidade, comecem a usufruir da plataforma, a comunidade entenderá o potencial, e os efeitos de rede serão positivos, estimulando a participação de todos na cadeia.

Já o modelo de SaaS, para fazer sentido, precisa entregar algo que realmente seja relevante e justifique que os clientes paguem uma assinatura mensal. Um dos caminhos mais utilizados tem sido o de começar oferecendo de graça, para comprovar sua efetividade, até que os clientes passem a depender da plataforma. A assinatura mensal dará outra perspectiva de ganho de escala para o negócio.

Algumas características são bastante comuns em Market Network: as relações são de longo prazo, os serviços não são comoditizados, as pessoas têm um peso muito grande no processo e a construção das relações proporcionam um aumento considerável de transações entre ambas as partes. Trazendo para a realidade do mercado publicitário, todos esses atributos estiveram presentes, por muito tempo, na relação entre cliente e agência. De uns tempos para cá, porém, essa dinâmica mudou consideravelmente. Um dos motivos foi o acesso à informação proporcionado pela tecnologia que empoderou ainda mais os clientes, desequilibrando a relação. Outra razão é a fuga de talentos das agências, fazendo com que ótimos profissionais mudassem de ramo ou empreendessem em estruturas menores, mais leves, acelerando a construção de um novo ambiente criativo.

Em tempos de mudança, muitas vezes, as plataformas surgem para organizar este novo ecossistema que está cheio de oportunidades e desafios. Os vencedores deste cenário serão aqueles que entenderem e aplicarem os conceitos tendo em mente que o sucesso que levou até aqui não, necessariamente, será a razão do êxito futuro. Durante muito tempo, por exemplo, o mais importante para conquistar “mercado” era o “networking”. Agora, estudar e aplicar “Market Network” e tantos outros caminhos passa a ter um peso muito maior para definir quem serão os ganhadores. O jogo virou.

*Crédito da imagem no topo: BrianAJackson/iStock

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